Pois vocês sabem que não foi por meio de coisas
perecíveis como prata ou ouro que vocês foram redimidos [...], mas pelo
precioso sangue de Cristo. 1 Pedro 1:18, 19
Em medicina, existe um conceito chamado "tratamento
heroico". Menos comum hoje do que no passado, talvez próprio do tempo em
que a medicina fazia mais mal do que bem, ele se aplica a situações extremas.
Por exemplo, se o médico faz uma intervenção radical, inova numa emergência,
usa aparelhos ou remédios não convencionais, tenta solucionar um caso
desesperador, opera sem anestesia, arrisca uma traqueostomia com um canivete
para inserir um tubo de ar, ousa ir além dos parâmetros da ciência na tentativa
de salvar o paciente, tudo isso é considerado um tratamento heroico.
Não sei quem inventou o termo, nem quem é o herói (se é o médico
ou o paciente), mas sei que o procedimento, às vezes, pode funcionar. Quando eu
era menino e quase decepei o polegar com um facão, meu pai, que era um
excelente farmacêutico prático, fez um tratamento heroico, e o dedo ficou
perfeito. Com seu toque de ousadia e risco, o tratamento heroico tem grande
apelo, pois o herói atua nos limites da vida para resgatar alguém das garras da
morte.
O maior tratamento heroico do universo foi feito por Cristo, que
derramou o sangue para salvar a humanidade. Alguém pode argumentar que o
procedimento já estava previsto desde a eternidade, ou, nas palavras de Pedro,
era "conhecido antes da criação do mundo" (1Pe 1:20), e, portanto,
não foi heroico. Mas foi heroico, sim, pois nunca tinha sido feito antes, era
uma solução radical, o risco de não dar certo era real e, no processo, o
"médico" teve que entregar a própria vida.
Infeccionados pelo pecado da cabeça aos pés, coração batendo
irregularmente, cérebro dando sinais estranhos, todos nós estávamos condenados
à morte certa. Tensão no ar, o universo inteiro observava para ver se a
humanidade seria deixada a morrer sem esperança ou se haveria uma tentativa de
salvação. Valeria a pena arriscar?
Com seu heroísmo inigualável, Cristo assumiu o risco e nos
devolveu a vida. Coroa de espinhos na cabeça, o sangue escorrendo gota a gota,
mãos cravadas no madeiro, lábios trêmulos, coração partido, ele suportou tudo
por você. Experimentou a dor para que você tivesse prazer, encarou a morte para
que você ganhasse a vida, enfrentou a vergonha para que você recebesse honra.
Esse tratamento heroico - ousado, único, singular, irrepetível,
eficaz - merece demorados aplausos e entusiasmadas expressões de gratidão.
Nenhum outro médico poderia ter conseguido o que o Médico dos médicos
conseguiu. Por causa dele, você está salvo.
Fonte:
http://iasdcolonial.org.br/meditacao-diaria/mensal#14.html
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