terça-feira, 22 de novembro de 2022

O RICO E LÁZARO

 Leia Lucas 16:19-31. Por que essa história não é uma descrição literal da vida após a morte?

Alguns estudiosos sugerem que Lucas 16:19-31 deva ser interpretado de forma literal, isto é, como uma descrição do estado dos mortos. Porém, essa visão levaria a várias conclusões antibíblicas e iria contradizer muitas das passagens que já examinamos.

Primeiro, teríamos que admitir que o Céu e o inferno estão próximos o suficiente para permitir uma conversa entre os habitantes de ambos os lugares (Lc 16:23-31). Teríamos também de supor que, na vida após a morte, enquanto o corpo jaz na sepultura, permanece uma forma consciente da alma espiritual com “olhos”, “dedo”, “língua” e que até sente sede (Lc 16:23, 24).

Se essa passagem fosse uma descrição do estado humano na morte, o Céu não seria um lugar de felicidade, visto que os salvos poderiam acompanhar os sofrimentos intermináveis de seus queridos, e até mesmo dialogar com eles (Lc 16:23-31). Uma mãe poderia ser feliz no Céu ao contemplar as agonias intermináveis de seu filho amado no inferno? Em um contexto assim, seria impossível o cumprimento da promessa de que no Céu não haverá mais tristeza, nem choro, nem dor (Ap 21:4).

Devido a tais incoerências, muitos estudiosos bíblicos modernos consideram a história do rico e Lázaro uma parábola da qual nem todos os detalhes podem ser interpretados literalmente. George E. Ladd, teólogo evangélico, escreveu que essa história provavelmente tenha sido “uma parábola que fez uso do pensamento judaico corrente e não teve intenção de ensinar nada sobre o estado dos mortos” (G. E. Ladd, “Eschatology”, The New Bible Dictionary, editado por J. D. Douglas [Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1962], p. 388).

O relato da parábola ensina que (1) status e reconhecimento social no presente não são os critérios para a recompensa futura e (2) o destino eterno de cada um é decidido nesta vida e não pode ser revertido na vida após a morte (Lc 16:25, 26).

Mas ele lhe disse: ‘Se não ouvem Moisés e os Profetas, também não se deixarão convencer, mesmo que ressuscite alguém dentre os mortos’” (Lc 16:31). O que aprendemos com Jesus sobre a autoridade da Bíblia e nossa maneira de reagir a ela?

Fonte: https://mais.cpb.com.br/licao/passagens-biblicas-controversas/

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