Não fiquem admirados com isto, pois está chegando a hora em que todos os que estiverem nos túmulos ouvirão a Sua voz e sairão. João 5:28, 29
“Desbravador não morre, acampa no cemitério.” Quando ouvi isso pela primeira vez, fiquei curioso. Eu (Ailton) estava numa roda de amigos, ao lado do fogo do conselho, e o diretor animava o clube com frases que a turma respondia em coro: “Quem são vocês?” “Somos os desbravadores!” “Desbravador não chupa mel…” “Masca a abelha!” “Desbravador não morre…” “Acampa no cemitério!” Já faz tempo, mas não esqueci. Na minha imaginação juvenil, eu via literalmente um desbravador uniformizado, com a barraca montada, bandeirim fincado no solo, acampando entre os túmulos. Com o tempo entendi que o desbravador, ao morrer, não vira um ser sobrenatural ou um espírito desencarnado. “Acampar no cemitério” é só uma forma criativa de dizer que a morte não é o fim. Fica a esperança da ressurreição e da vida eterna em Jesus. Essa crença, com base na Bíblia, foi o que consolou a família e os amigos de Samuel de Oliveira em março de 2019. O país ficou impactado com a história do menino de 16 anos que morreu como herói. Dois ex-alunos entraram na Escola Estadual Professor Raul Brasil, em Suzano, São Paulo, e mataram cinco estudantes e duas funcionárias. Uma garota escapou da morte porque Samuel decidiu protegê-la. “O atirador mirou nela, e, para impedir que ele a acertasse, Samuel entrou na frente”, disse uma testemunha ao repórter. Entre os jovens falecidos havia algumas vítimas, dois assassinos e… um herói.
Quer morra em combate, quer não, um desbravador fiel sempre será um herói. No entanto, a despedida é superdolorosa. Tive que fazer isso em junho de 2020, quando, em um dia de chuva, dois desbravadores do meu distrito foram eletrocutados em Maués, Amazonas. Naquele momento, lembrei da frase repetida por meu antigo diretor: “Desbravador não morre, acampa no cemitério.”
Se você também já teve que se despedir prematuramente de um amigo ou familiar, não perca a esperança! A morte não é o fim, pois não pode anular as promessas maravilhosas de Jesus para os que Lhe são fiéis. A recompensa do desbravador fiel está nas mãos Daquele que venceu a morte e que vive pelos séculos dos séculos. E, como você bem sabe, essa história não termina no cemitério (Ap 21:4).
Fonte: https://mais.cpb.com.br/meditacao/acampando-no-cemiterio/