terça-feira, 29 de setembro de 2020

DEUS DE TODOS

 Disse mais: Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó. Êxodo 3:6

No tempo em que ouviu essa declaração feita pelo próprio Deus, Moisés tinha 80 anos e estava em Midiã, para onde havia fugido depois de haver matado um egípcio. Cuidava das ovelhas de Jetro, seu sogro. Em seu anonimato, foi chamado pelo Senhor para libertar Seu povo do cativeiro egípcio. Para que não tivesse nenhuma dúvida sobre quem dialogava com ele, num cenário incomum diante de uma sarça ardente, o Senhor Se apresentou como o Deus de seus antepassados.

Na expressão “Deus de teu pai”, estão incluídos os três patriarcas mencionados em seguida, em virtude da relação deles com Deus, Sua aliança e as promessas que a fundamentaram. Com a vida cheia de altos e baixos, à semelhança de todo ser humano, aqueles homens creram nas promessas feitas por um Deus fiel e, Nele, arriscaram tudo. Abraão deixou a própria terra “sem saber aonde ia” (Gn 12:1-3; Hb 11:8). Tempos depois, não hesitou em atender o pedido para que Isaque fosse oferecido em sacrifício (Gn 22:2). Entretanto, Abraão não foi perfeito (Gn 16; 20).

Isaque foi obediente a Deus e aos pais; porém, tinha fraquezas (Gn 26:6-9). O que diríamos de Jacó e sua conivência com a fraude tramada pela mãe, Rebeca? Anos depois de sua fuga, abençoado com descendentes e bens, Jacó se encontrou com Deus, lutou com Ele e venceu. Apesar de si mesmo, o Senhor lhe dissera: “Eu serei contigo” (Gn 31:3).

O Senhor foi o Deus desses homens não por causa de algum merecimento deles mesmos, mas por Sua graça e fidelidade à aliança estabelecida. Foi o Deus deles, assim como foi de Moisés e de Anrão, seu pai. Além da firmeza de fé e da linhagem sacerdotal desse homem, nenhum feito grandioso é atribuído a ele. Pelos critérios atuais de avaliação das pessoas, talvez ele não fosse notado em sua simplicidade e discrição. Mas Deus também era seu Deus, de sua esposa, Joquebede, e de tantos outros antes e depois deles. É meu Deus e seu Deus!

Quer você seja um obediente e fervoroso “Abraão” ou um “Isaque”, descrito por alguns como tendo temperamento passivo, alegre-se! Deus é seu Deus. Caso se perceba igual a Jacó com seus erros e acertos, Anrão, Joquebede ou Moisés, agradeça! Deus é seu Deus. É tendo como base quem Ele é, não o que somos, que o Senhor nos trata. O “Eu sou” garante ser todas as coisas para aqueles que O buscam como Seus filhos.

Fonte: https://mais.cpb.com.br/meditacao/deus-de-todos/

domingo, 20 de setembro de 2020

SERVIÇO

 Eu lhes dei o exemplo, para que vocês façam como lhes fiz. João 13:15

Jesus deu a Seus discípulos uma linda demonstração do que significa servir ao lavar os pés deles (Jo 13:3-5). Quando terminou Sua parte, Jesus perguntou: “Vocês entendem o que lhes fiz?” (v. 12). Com isso, Ele ordenou que lavassem os pés uns dos outros.

Cristo veio para servir e não para ser servido. E Ele deseja o mesmo de Seus seguidores. A mesma atitude que tornou Jesus diferente de todos os homens de Seus dias deve caracterizar Seus seguidores. Ele procura em nós a mesma disposição de servir.

A atitude de serviço não pretende impressionar. Jesus não chamou a atenção de Seus discípulos, dizendo: “Observem o que vou fazer agora.” Não. Ele tomou a bacia e a toalha silenciosamente.

A atitude de serviço implica responsabilidade. Alguém tem que fazer o trabalho. Ali estava um grupo de homens orgulhosos e com os pés sujos. Se fosse um dia chuvoso, os pés estariam enlameados; se fosse seco, estariam empoeirados. Alguém teria que tomar a bacia e a toalha e fazer o serviço sujo. Ali havia água, bacia e toalhas. Só faltavam servos.

A atitude de serviço não escolhe a tarefa. Pode ser a mais humilde, como lavar os pés uns dos outros, mas, se for feita para a glória de Deus, será reconhecida e recompensada pelo Senhor.

A atitude de serviço deve ser bem feita. Todas as tarefas, se bem realizadas, revelam Jesus para os homens. As pessoas ficarão impressionadas e dirão que o humilde servo esteve pessoalmente com o Senhor.

A atitude de serviço é amor. João escreveu: “Tendo amado os Seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13:1). Foi o amor a Seus discípulos que motivou Jesus a prestar um serviço que normalmente seria feito por um escravo.

Agora que vocês sabem estas coisas, felizes serão se as praticarem” (v. 17). Perceba a promessa dessa afirmação. Jesus disse que, se você seguir o exemplo Dele, será feliz. Se queremos desfrutar a alegria do serviço, não adianta apenas estudar o assunto. Uma vida de serviço produz felicidade. Ela começa quando arregaçamos as mangas, amarramos a toalha na cintura e lavamos alguns pés, em silêncio, com humildade e alegria. Como Jesus, podemos ser mansos e humildes de coração e demonstrar isso em serviço amoroso e despretensioso.

Fonte: https://mais.cpb.com.br/meditacao/servico/

sábado, 19 de setembro de 2020

O EVANGELHO ETERNO

 Vi outro anjo voando pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno para pregar aos que se assentam sobre a Terra, e a cada nação, e tribo, e língua, e povo, dizendo, em grande voz: Temei a Deus e dai-Lhe glória, pois é chegada a hora do Seu juízo; e adorai Aquele que fez o céu, e a Terra, e o mar, e as fontes das águas” (Ap 14:6, 7).

A expressão “evangelho eterno” fala do passado, do presente e do futuro. Quando Deus criou a humanidade com a capacidade de fazer escolhas morais, Ele anteviu que ela faria escolhas erradas. Uma vez que Suas criaturas tinham a capacidade de escolher, podiam se rebelar contra Sua natureza amorosa. O plano de salvação foi concebido na mente divina antes da rebelião de nossos primeiros pais no Éden. (Ver Ap 13:8).

Ellen G. White afirma o seguinte: “O plano de nossa redenção não foi um pensamento posterior, formulado depois da queda de Adão. Ele foi ‘a revelação do mistério guardado em silêncio nos tempos eternos’ (Rm 16:25). Foi um desdobramento dos princípios que, desde os séculos da eternidade, têm sido o fundamento do trono de Deus” (O Desejado de Todas as Nações, p. 22).

A expressão “evangelho eterno” fala de um Deus que ama tanto os seres que criou que, embora conhecesse plenamente as consequências de suas escolhas, tomou providências para a eventual rebelião mesmo antes de pecarem.

Há outro sentido em que o evangelho é eterno. Para uma geração faminta por amor genuíno e autêntico, que anseia por relacionamentos significativos, o evangelho fala de aceitação, perdão, pertencimento, graça e poder que transforma a vida. Fala de um Deus de amor incondicional, que Se importa tanto com a humanidade de modo tão profundo que fará todo o possível para redimi-la, pois Ele nos quer consigo para sempre.

Fonte: https://mais.cpb.com.br/licao/mensagem-que-vale-a-pena-compartilhar/

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

SHABBAT SHALOM - ADORAÇÃO

 Dizendo com grande voz: Temei a Deus, e dai-lhe glória; porque é vinda a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas. Apocalipse 14:7

O santo sábado nos lembra do Criador do céu, da terra, do mar e das fontes das águas, pois somente Ele é o único digno de adoração em nosso viver.

UMA MENSAGEM DE AMOR

 E dele temos este mandamento: que quem ama a Deus, ame também a seu irmão.

1 João 4:21

Saibam todos que, como cristãos, somos portadores de uma mensagem de amor a Deus e ao próximo (I João 4:21), sendo que o próprio Jesus, quando aqui esteve, nos deixou um exemplo de humildade, mansidão e amor ao semelhante (Revista Adventista, Março/2014, p.22).

segunda-feira, 7 de setembro de 2020

TRANSFORMADOS PELO AMOR DE CRISTO

 E a Tiago, filho de Zebedeu, e a João, irmão de Tiago, aos quais pôs o nome de Boanerges, que significa: Filhos do trovão; Marcos 3:17

João e Tiago, filhos de Zebedeu, eram conhecidos como os “Filhos do Trovão” (Mc 3:17). Na verdade, Jesus lhes deu esse apelido. Um fato que ilustra o temperamento impetuoso de João ocorreu quando Jesus e Seus discípulos estavam viajando por Samaria. Quando tentaram encontrar um aposento para passar a noite, enfrentaram oposição devido ao preconceito dos samaritanos contra os judeus. Eles não foram aceitos nem mesmo na mais humilde das acomodações.

Tiago e João pensaram ter a solução para o problema. “Vendo isto, os discípulos Tiago e João perguntaram: Senhor, queres que mandemos descer fogo do Céu para os consumir?” (Lc 9:54). Jesus repreendeu os irmãos, e todos deixaram o vilarejo em silêncio. O caminho de Jesus é o do amor, não da força combativa.

Na presença do amor de Jesus, a impetuosidade e a ira de João foram transformadas em bondade amorosa e espírito gentil e compassivo. Na primeira epístola de João, a palavra “amor” aparece quase 40 vezes; e em suas várias formas, aparece 50 vezes.

Leia 1 João 1:1-4; 3:1; 4:7-11; 5:1-5. O que essas passagens revelam sobre o testemunho de João e as mudanças que ocorreram em sua vida por causa de sua interação com Jesus?  João se tornou um discípulo amoroso, que recomendava a todos o amor.
Existe uma verdade eterna que é uma lei do Universo. Ellen G. White apresentou esse princípio com estas sábias palavras: “O uso da força é contrário aos princípios do governo de Deus. Ele deseja apenas o serviço de amor. E o amor não pode ser imposto, não pode ser conquistado pela força ou autoridade. Só o amor desperta amor” (
O Desejado de Todas as Nações, p. 22).

Quando estamos comprometidos com Cristo, Seu amor brilhará de nós para os outros. O maior testemunho do cristianismo é uma vida transformada. Isso não significa que jamais cometeremos erros nem que seremos, em todos os momentos, os condutos de amor e graça que devemos ser. Mas significa que, nas condições ideais, o amor de Cristo fluirá de nossa vida e seremos uma bênção às pessoas ao nosso redor.

Fonte/Base: https://mais.cpb.com.br/licao/compartilhando-a-historia-de-jesus/

domingo, 6 de setembro de 2020

MÃOS

Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a Mim o fizestes. Mateus 25:40

Versáteis, as mãos contam muitas histórias. Ásperas ou suaves, rudes ou delicadas, elas podem falar de operosidade, embora também existam mãos ociosas. Referindo-se à mão maternal, William Wallace afirmou que “a mão que embala o berço governa o mundo”. É certo que a mão do pai também conta uma história de força amorosamente protetora e diligente provisão. Mãos ajudam a trazer vidas à luz e também a sepultá-las. Elas ferem e curam. Constroem e destroem. São estendidas para a alegria de receber ou a bênção de dar. Há mãos que são servidas; outras servem-se a si mesmas ou servem ao próximo.

Numa belíssima música sobre as mãos de Jesus, gravada pelo Quarteto Ministry, os compositores José Newton da Silva Júnior e Eddie Henrique lembram: “Em Suas mãos, eu encontro poder, em Suas mãos eu encontro a paz. Nessas mãos posso, pois, descansar, afinal. Nessas mãos posso força encontrar”.

Devemos nos lembrar de que a notável qualidade das mãos do Mestre que devemos imitar é o serviço. Durante todo Seu ministério terrestre, Jesus Cristo revelou o mesmo interesse que o Pai demonstrou ter nas pessoas, pobres ou ricas. A salvação sempre foi o bem maior oferecido a todas indistintamente. Contudo, Ele deixou claro que ninguém que necessite de algo material, social ou religioso deve ser ignorado. Por isso, foi acessível aos marginalizados (Mt 9:13) e favoreceu os pobres com grandes milagres. Um dos “ais” de advertência proferido contra os líderes religiosos chama atenção para a hipocrisia das orações dos exploradores das viúvas (Mt 23:14).

Em contraste ao espanto dos que retiveram as mãos para ajudar, o veredito do juízo final àqueles cujas mãos foram estendidas para servir é claro: “Vinde, benditos de Meu Pai! Entrai na posse do reino […]. Porque tive fome, e Me destes de comer; tive sede, e Me destes de beber; era forasteiro, e Me hospedastes, estava nu, e Me vestistes; enfermo, e Me visitastes; preso, e fostes ver-Me” (Mt 25:34-36).

Ignorar os necessitados é ignorar o próprio Jesus. Por isso, mãos interesseiras e egoístas são reprovadas. Quando acumulamos bens e os tornamos inacessíveis aos carentes, algo está errado conosco. Afinal, para vestir o nu, mitigar a dor do ferido, alimentar o faminto, dessedentar o sedento e acolher o excluído, Deus conta com as minhas e as com suas mãos.

Fonte:https://mais.cpb.com.br/meditacao/maos-3/

sábado, 5 de setembro de 2020

ALELUIA DE ROBERTO CARLOS



Quando o sol aquece de manhã
O planeta Terra onde eu vivo
Não importa em que lugar estou
Olho a natureza pensativo
O vento assanha as águas do oceano
Surfa pelas ondas na canção
Quem compõe a música do vento
E quem acendeu o sol então
REFRÃO:
Aleluia, aleluia
Conclusão dos pensamentos meus
Aleluia, aleluia
Em tudo isso tem a mão de Deus
(bis)
Quando cai a chuva e molha o chão
Meu planeta fica tão florido
Vem a tarde e as tintas lá do céu
Pintam um horizonte colorido
Folhas, flores, frutos se misturam
Nesse quadro o amor e a perfeição
Quem é esse agricultor divino
É o mesmo autor do quadro então
REFRÃO
Quando vem a noite eu olho o céu
As estrelas brilham no infinito
Vejo a lua clara sobre o mar
E nesse momento eu reflito
Um ser supremo em tudo isso existe
Deus, a luz maior, a explicação
Tudo vem das suas mãos Divinas
O céu, a terra, o mar, a vida então
REFRÃO
E nesse momento eu reflito
Um ser supremo em tudo isso
Existe Deus, a luz maior, a explicação
Tudo vem das suas mãos Divinas
O céu, a terra, o mar, a vida então

Fonte: https://www.letras.com.br/roberto-carlos/aleluia

quarta-feira, 2 de setembro de 2020

O COMPASSIVO JESUS

 

Jesus Cristo é Emanuel, Deus conosco, e esteve na Terra em missão salvadora, que tinha como ponto central o ser humano. Na caminhada para o ápice desse projeto divino, no trato com as pessoas, Ele Se revelou diferente dos rabinos e líderes religiosos de Seu tempo. Nada de cobranças descabidas, fardos espirituais impossíveis de serem carregados nem imposições legalistas. O cumprimento da missão requeria a vida Dele mesmo, e Ele prontamente a compartilhou a cada passo, a cada toque e palavra. Diante das multidões que O procuravam, sentia profunda compaixão (Mt 14:14; Mc 8:2). Não apenas tinha o bálsamo para as feridas físicas, morais, emocionais e espirituais de Seus filhos, mas também sentia a dor que eles sentiam.

Fonte: https://mais.cpb.com.br/meditacao/o-compassivo-jesus/

terça-feira, 1 de setembro de 2020

DESTAQUE: O CICLISTA ITALIANO QUE SALVOU CENTENAS DE JUDEUS DO HOLOCAUSTO

Gino Bartali foi um dos grandes campeões do esporte – mas poucos sabiam das arriscadas missões que cumpria durante os treinamentos.

"Quero ser lembrado por minhas conquistas esportivas. Heróis de verdade são outros, aqueles que sofreram na alma, no coração, no espírito, na mente, que sofreram por seus entes queridos. Esses são os verdadeiros heróis. Eu sou só um ciclista."

Há 20 anos, a lenda italiana do ciclismo Gino Bartali morria de ataque cardíaco, aos 80. Ele vencera três vezes o Giro d'Italia e duas vezes a Tour de France — duas das competições mais importantes do esporte.

Foi só após sua morte que veio à tona a informação de que ajudar a salvar as vidas de mais de 800 pessoas durante a Segunda Guerra.

Mas como isso aconteceu? Como um dos mais famosos atletas da Itália conseguiu essa façanha? E a resposta está no tempo livre — do mesmo tipo que muitos esportistas puderam dispor nesses tempos de pandemia por causa da suspensão de competições — que teve quando as grandes provas do ciclismo foram interrompidas pela Segunda Guerra Mundial.

O Giro teve uma pausa de cinco anos. A Tour, de sete. A interrupção impediu Bartali de ser ainda mais vitorioso no ciclismo em seu ápice físico — mas permitiu que ele se engajasse em uma arriscada tarefa para salvar centenas de judeus das garras dos nazistas.

Bartali é visto, até hoje, como um dos mais heroicos entre os ciclistas. Quando venceu sua primeira Tour de France, em 1938, era tratado como o "o segundo italiano mais famoso" do mundo, atrás apenas de Benito Mussolini, líder do Partido Nacional Fascista.

Mas a Era Mussolini foi um período difícil para os ciclistas profissionais na Itália, especialmente para aqueles que não queriam se envolver em política.

No Giro d'Italia de 1940, o último realizado antes da interrupção causada pela guerra, Bartali foi apresentado ao homem que se tornaria seu rival mais feroz: Fausto Coppi, um competidor esguio de 20 anos oriundo de uma família de agricultores no norte da Itália.

A rivalidade começou quando Coppi foi alçado a líder de equipe após Bartali ter se machucado em um acidente com um cão na segunda etapa do Giro.

Coppi surpreendeu a todos quando conseguiu vestir a Maglia Rosa (camisa usada durante as etapas pelo competidor que está liderando a competição) em sua primeira participação em um Grand Tour. Mas as etapas mais difíceis ainda estavam por vir — como a subida das Dolomitas (uma cordilheira nos Alpes orientais).

Na décima-sexta etapa, Bartali viu Coppi à beira da estrada sofrendo com problemas estomacais.

Com humildade, Bartali o convenceu a subir novamente em sua bicicleta. Os dois subiram as Dolomitas e continuaram como parceiros pelo restante do Giro.

Bartali conseguiu vencer outras duas etapas. Coppi venceu na classificação geral com uma vantagem de dois minutos e quarenta segundos.

"Algumas medalhas são penduradas na alma, não na roupa", disse Bartali certa vez.

O que não se sabia na época, é que Gino Bartali arriscou sua vida para entregar documentos falsos durante seus treinamentos — e desafiar o Partido Fascista.

Fausto Coppi e outros ciclistas haviam sido convocados para servir às forças armadas, mas foram autorizados a competir nas poucas corridas que ainda foram realizadas durante a guerra.

Bartali, cristão devoto, continuou a realizar seus longos treinamentos no norte da Itália.

Até 1943, a Itália era território seguro para os judeus. Então, os nazistas começaram a ocupar o país e a enviar tanto judeus quanto quaisquer outros que combatessem o regime fascista para campos de concentração.

Foi quando Bartali se juntou à organização clandestina Rede Assisi, operada por um setor da Igreja Católica, para proteger quem estivesse sob ameaça.

Fazendo treinos de longa distância, ele levava, escondidos na estrutura da bicicleta, documentos de identidade falsificados.

Os documentos, fabricados por uma rede clandestina na Itália, eram levados dentro dos tubos do guidão e do canote do selim. Bartali passava por pontos de controle sem grandes explicações, já que era apenas um campeão em treinamento.

Em uma ocasião, foi parado e interrogado pela polícia secreta fascista.

Ele pediu para não ser incomodado e explicou que mexer em sua bicicleta significaria atrapalhar o delicado ajuste aerodinâmico feito para um campeão do esporte.

Os policiais, então, não se atreviam a revistá-lo ou a mexer em sua bicicleta.

As famílias recebiam os documentos e conseguiam, assim, fugir da perseguição nazista.

Além de ajudar no transporte clandestino de documentos para facilitar a fuga de judeus, Bartali também escondeu seu amigo Giacomo Goldenberg e sua família em casa.

Era arriscado — quem fosse pego fazendo isso poderia ser morto.

O italiano foi reconhecido como Justo Entre As Nações — título concedido aos que atuaram salvando vidas de judeus durante a perseguição nazista — pelo Memorial do Holocausto Yad Vashem, em Jerusalém. O filho de Bartali, Andrea, visitou o memorial em 2013.

No fim da vida, Bartali contou a seu filho, em detalhes, o que fez durante a guerra. Pediu, ainda a Andrea que mantivesse a informação entre eles.

Bartali queria ser lembrado por sua carreira esportiva. Mas, quando perguntado sobre suas façanhas durante a guerra, dizia: "Fiz a única coisa que sabia fazer: pedalei". Às vezes, é o suficiente.

Fonte:https://www.terra.com.br/noticias/mundo/o-ciclista-italiano-que-salvou-centenas-de-judeus-do-holocausto,dd53e7e3c1a3412f38fbea3b4d812defnkfqe3b3.html