sexta-feira, 23 de junho de 2017

DEIXOU A MULTIDÃO PARA CUIDAR DE UM SÓ CORAÇÃO

E quando Jesus chegou àquele lugar, olhando para cima, viu-o e disse-lhe: Zaqueu, desce depressa, porque hoje me convém pousar em tua casa. Lucas 19:5

Observe como Jesus investia no discipulado e priorizava as pessoas. Ele deixou uma multidão para atender à mulher com fluxo de sangue, afastou-se dos discípulos para libertar o endemoninhado gadareno, deixou todos os compromissos para cuidar da mulher samaritana, afastou-se de seus seguidores para curar um cego em Betsaida, contou a parábola do bom samaritano para ilustrar o alcance do amor que se revela no cuidado pessoal, e viajou ao encontro de Lázaro para lhe devolver a vida, mesmo depois que ele estava sepultado havia quatro dias. A lista poderia ser maior, mas o caso de Zaqueu (Lc 19:1-10) é a “cereja do bolo” desses exemplos.
O momento marcante de sua história aconteceu enquanto a multidão se apertava ao redor de Jesus, tentando tocá-lo, vê-lo ou pelo menos ouvi-lo, mas Ele encontrou Zaqueu. Esqueceu a multidão, olhou para um galho de Sicômoro e se concentrou em uma única pessoa. Dedicou tempo especial, falou apenas com ele, ofereceu salvação específica às suas necessidades e cuidou de alguém que ninguém desejava cuidar.
Jesus sabia que a multidão estava murmurando. Poderia perder seguidores, ser criticado e desacreditado ou mesmo agredido, mas deixou a multidão para cuidar de um só coração. Dedicou tempo a Zaqueu, foi à sua casa, olhou em seus olhos, ouviu com interesse seus conflitos, acreditou em suas decisões, ofereceu a ele o que tinha de melhor, e a transformação aconteceu. Isso nos lembra que “nunca devemos deixar de trabalhar por uma pessoa enquanto houver um raio de esperança”, conforme ressalta Ellen White (A Ciência do Bom Viver, p. 168).
Precisamos repetir o exemplo de Cristo e dedicar atenção às pessoas, com gente cuidando de gente. É uma mudança de cultura e um desafio para líderes, pastores e membros. O grande crescimento da igreja exige de nós essa visão de discipulado. A pressão secularizadora nos cobra um cuidado mais pessoal. As carências emocionais e sociais destes dias não nos deixam outra saída, e a força dos eventos finais indica que é hora de termos uma igreja mais acolhedora, profunda, frutífera e feliz.
Para isso, precisamos conversar, orar e estudar mais sobre o tema, criar estratégias locais que nos tornem mais eficientes, estabelecer uma rede de discipulado em cada congregação onde existir gente cuidando de gente. Nosso desafio é cuidar de prédios, mas investir nas pessoas; cumprir a missão, mas salvar pessoas; abraçar projetos, mas desenvolver pessoas. Para que não se repita a história de Joyce Vincent, que, segundo o jornal inglês The Guardian, morreu e ficou três anos em seu apartamento sem que ninguém sentisse sua falta. Quando seu esqueleto foi encontrado, ainda estava no sofá com a televisão ligada!


Fonte/Base: Parte de um texto do Pr. Erton Köhler, Gente cuidando de gente, postagem completa em: http://www.revistaadventista.com.br/blog/2017/01/05/gente-cuidando-de-gente-2/

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