E
quando Jesus chegou àquele lugar, olhando para cima, viu-o e
disse-lhe: Zaqueu, desce depressa, porque hoje me convém pousar em
tua casa. Lucas
19:5
Observe
como Jesus investia no discipulado e priorizava as pessoas. Ele
deixou uma multidão para atender à mulher com fluxo de sangue,
afastou-se dos discípulos para libertar o endemoninhado gadareno,
deixou todos os compromissos para cuidar da mulher samaritana,
afastou-se de seus seguidores para curar um cego em Betsaida, contou
a parábola do bom samaritano para ilustrar o alcance do amor que se
revela no cuidado pessoal, e viajou ao encontro de Lázaro para lhe
devolver a vida, mesmo depois que ele estava sepultado havia quatro
dias. A lista poderia ser maior, mas o caso de Zaqueu (Lc 19:1-10) é
a “cereja do bolo” desses exemplos.
O
momento marcante de sua história aconteceu enquanto a multidão se
apertava ao redor de Jesus, tentando tocá-lo, vê-lo ou pelo menos
ouvi-lo, mas Ele encontrou Zaqueu. Esqueceu a multidão, olhou para
um galho de Sicômoro e se concentrou em uma única pessoa. Dedicou
tempo especial, falou apenas com ele, ofereceu salvação específica
às suas necessidades e cuidou de alguém que ninguém desejava
cuidar.
Jesus
sabia que a multidão estava murmurando. Poderia perder seguidores,
ser criticado e desacreditado ou mesmo agredido, mas deixou a
multidão para cuidar de um só coração. Dedicou tempo a Zaqueu,
foi à sua casa, olhou em seus olhos, ouviu com interesse seus
conflitos, acreditou em suas decisões, ofereceu a ele o que tinha de
melhor, e a transformação aconteceu. Isso nos lembra que “nunca
devemos deixar de trabalhar por uma pessoa enquanto houver um raio de
esperança”, conforme ressalta Ellen White (A
Ciência do Bom Viver,
p. 168).
Precisamos
repetir o exemplo de Cristo e dedicar atenção às pessoas, com
gente cuidando de gente. É uma mudança de cultura e um desafio para
líderes, pastores e membros. O grande crescimento da igreja exige de
nós essa visão de discipulado. A pressão secularizadora nos cobra
um cuidado mais pessoal. As carências emocionais e sociais destes
dias não nos deixam outra saída, e a força dos eventos finais
indica que é hora de termos uma igreja mais acolhedora, profunda,
frutífera e feliz.
Para
isso, precisamos conversar, orar e estudar mais sobre o tema, criar
estratégias locais que nos tornem mais eficientes, estabelecer uma
rede de discipulado em cada congregação onde existir gente cuidando
de gente. Nosso desafio é cuidar de prédios, mas investir nas
pessoas; cumprir a missão, mas salvar pessoas; abraçar projetos,
mas desenvolver pessoas. Para que não se repita a história de Joyce
Vincent, que, segundo o jornal inglês The Guardian, morreu e ficou
três anos em seu apartamento sem que ninguém sentisse sua falta.
Quando seu esqueleto foi encontrado, ainda estava no sofá com a
televisão ligada!
Fonte/Base:
Parte de um texto do Pr. Erton Köhler, Gente cuidando de gente,
postagem completa em:
http://www.revistaadventista.com.br/blog/2017/01/05/gente-cuidando-de-gente-2/
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