Malafaia,
que, além de pastor da Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo também é
psicólogo, a certa altura afirmou que ninguém nasce homossexual, sendo a
homossexualidade um comportamento adquirido. Bastou para que outro personagem oportunista
entrasse em cena e embarcasse no vácuo gerado pela entrevista explosiva: o
biólogo Eli Vieira mais do que depressa postou um vídeo
em seu canal no YouTube tentando refutar
as ideias do pastor psicólogo. Eli é figura conhecida na internet por debater
com criacionistas e ofender religiosos (já fui alvo de seus ataques e
desrespeito, como nesta postagem em que ele usa indevidamente minha foto, e nesta outra, em que ele havia colocado nariz de palhaço em mim e nos outros citados, mas, sob ameaça judicial de um deles, acabou retirando as fotos).
Do
alto de sua autoridade como doutorando em genética evolutiva molecular na
Universidade de Cambridge, no Reino Unido, Eli afirma: “Posso garantir, com
base em literatura farta, que, sim, existe uma contribuição dos genes na
manifestação da orientação sexual. Isso não é passível de ser negado mais, já
se acumulam muitos estudos [sobre essa relação].” Ele diz mais: “A genética
está dizendo que quando um gêmeo é homossexual o outro também é, e a chance
aumenta conforme aumenta o parentesco entre eles, isto é, a similaridade
genética entre eles. Então como a genética não tem nada a ver com a orientação
sexual, Malafaia?”
O
pastor Malafaia também não perdeu tempo e respondeu: “Toda a argumentação que [Eli] apresenta é apenas suposição científica,
sem prova real, e tremendamente questionada pela própria Genética. É igual à teoria
da evolução, uma argumentação científica que não pode ser provada. Não existe
ordem cromossômica homossexual, só de macho e fêmea. Então, pseudodoutor, não
existe uma prova científica de que alguém nasce homossexual, apenas
conjecturas."
Malafaia prossegue: “Dados
de pesquisas americanas: 86% dos homens homossexuais já se apaixonaram ou
tiveram relação com mulheres; 66% das mulheres homossexuais já se apaixonaram
ou tiveram relações com homens. Como alguém nasce homossexual se já teve
relação heterossexual? Isso é uma piada!
“46%
dos homens homossexuais já sofreram abuso por homens. A pesquisa é mais
estarrecedora ao mostrar que 68% dos homens homossexuais só se identificaram
com o homossexualismo após o abuso.
“Se
o rapaz metido a doutor em Genética quiser saber mais, leia o livro Nascido Gay?, do Dr. John S. H. Tay, que
tem mestrado em Pediatria e dois doutorados: um em Genética e outro em
Filosofia, e analisou 20 anos de pesquisas sobre o assunto.
“Mais
uma para o pseudodoutor sobre os gêmeos monozigóticos, que são idênticos
geneticamente: 35% desse tipo de gêmeo que é homossexual, o seu irmão gêmeo é
heterossexual. Logo, conclui-se que geneticamente não se nasce homossexual, e o
fator externo, do ambiente, é fundamental para determinar isso. Preferência
aprendida ou imposta. Ou todos teriam de ser homossexuais ou todos teriam de
ser heterossexuais no caso de gêmeos monozigóticos.”
Autoridade
reconhecida no campo da Genética, a Dra. Mayana Zatz, em sua coluna no site da
revista Veja,
deixa claro que a suposta origem genética
da homossexualidade não pode ser demonstrada cientificamente, como o estudante
Eli tenta fazer parecer. Ela diz: “Embora em minha opinião exista uma
predisposição genética para um comportamento homossexual, pesquisas científicas
que provem isso na prática são muito difíceis de serem realizadas [então, Eli,
cadê a literatura farta?]. Pesquisas genéticas são difíceis de serem realizadas
com seres humanos porque não há como analisar comportamentos de pessoas sem
levar em conta o ambiente em que vivem ou foram criados. Além disso, o fato de pessoas
com comportamento homossexual não procriarem dificulta a definição de um padrão
de transmissão genética entre gerações. Estudos de gêmeos idênticos que foram
separados ao nascer e criados por famílias diferentes poderiam potencialmente
trazer informações importantes. Por exemplo, se a concordância (preferência
sexual) entre eles for igual à de gêmeos criados juntos, isso apontaria para
uma predisposição genética. Entretanto, estudos como esses são difíceis de
serem realizados na prática porque requerem amostras muito grandes para terem
uma comprovação estatisticamente significante. [...] Reitero que, ainda que eu
pessoalmente acredite que possa
haver uma influência genética para a homossexualidade, ainda não existe uma
comprovação científica.”
(Se
você quiser saber mais sobre isso, leia também este artigo.)
Para
o Dr. Marcos Eberlin, da Unicamp, de certa forma
ambos, Silas Malafaia e Eli Vieira, estão errados. “O Silas, porque disse que a
homossexualidade não é hereditária, e o tal ‘geneticista-mirim’, porque disse
que sim, é. A verdade é que ninguém sabe. Não há como se ter certeza. Há variáveis
demais e amostragem de menos”, diz o cientista.
Os
cristãos entendem que o ser humano tem uma tripla natureza – física, mental e
espiritual. Referir-se ao ser humano como uma criatura apenas comportamental ou
genética é um reducionismo exagerado. Tudo deve ser levado em conta e, assim,
mais variáveis são adicionadas.
Comentando
a opinião da Dra. Mayana, Eberlin diz: “Ela acha, com base em seu viés naturalista,
que é [a homossexualidade é um “assunto”] do corpo; eu acho com base no meu
viés que é essencialmente da alma; mas a Ciência não comporta ‘achismos’, e
aqui, incapaz, se cala.”
Michelson Borges
Ouça minha opinião
sobre adoção de crianças por “casais” homossexuais (clique aqui).
Fonte: Criacionismo
Fonte: Criacionismo
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