Também lhes dei os Meus sábados, para servirem de sinal entre Mim e eles, para que soubessem que Eu sou o Senhor que os santifica. Ezequiel 20:12
O povo hebreu percebeu em pouco tempo de
peregrinação quão difícil é a vida no deserto. Diante da reclamação, Deus
prometeu ao povo o alimento pelo qual murmuravam e concluiu Seu compromisso
dizendo: “Eu sou o Senhor, seu Deus” (Êx 16:12). Eles receberam codornizes –
algo incomum, mas não extraordinário. Também receberam uma substância parecida
com flocos de neve – algo impensável e sumamente extraordinário. Deus Se
encarregou de enviar o maná todos os dias durante 40 anos, com exceção dos
sábados. Nesse dia, Deus lhes dava santidade.
Essa experiência não apenas marcou o povo,
como também se tornou uma metáfora da humanidade. Andamos errantes, até
queixosos, mas não andamos sós porque o Senhor é o nosso Deus. Muitas vezes
diremos: “O que é isto?”, e Ele dirá: “Prove-o”, assim como ao maná. Então
compreenderemos que Deus procura compensar a amargura de um mundo caído com
coisas agradáveis. Outras vezes, Ele nos dirá: “Sabe o que é isso? Chama-se
sábado e é muito mais doce do que o maná.”
Ezequiel 20 retoma o conceito de Êxodo para
rever os marcos que assinalam a senda da religiosidade. A lembrança do passado
traz dimensionalidade (Deus participa da história e Se oferece para seguir
fazendo o mesmo no futuro), permanência (a relação com Deus não é pontual, mas
contínua) e perspectiva (o vínculo com Deus é progressivo, não estático).
Nesses textos, essa lembrança é assegurada mediante a confirmação do sábado
como dia sagrado. No dia de encontro, outros encontros são relembrados e novos
encontros são desejados, pois Deus é fascinado por esses encontros com o ser
humano.
De novo, o cotidiano e o excepcional se
mesclam para fortalecer uma ideia: “Não existe tempo sem Deus e tempo com Deus.
Todo o tempo pertence a Ele.” Vivemos em uma época de dissonância entre o
“religioso” e o “secular”. Temos vedado ambos os espaços, atribuindo o privado
a um e o público ao outro, mas essa não é a realidade bíblica. Talvez
precisemos de um dia dentre os sete para adquirir consciência disso, para
desfrutarmos de tal maneira da presença de Deus que almejemos viver
continuamente nesse estado de santidade.
Fonte: https://mais.cpb.com.br/meditacao/seus-sabados-nossos-sabados/
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