terça-feira, 19 de março de 2024

SEUS SÁBADOS, NOSSOS SÁBADOS

Também lhes dei os Meus sábados, para servirem de sinal entre Mim e eles, para que soubessem que Eu sou o Senhor que os santifica. Ezequiel 20:12

O povo hebreu percebeu em pouco tempo de peregrinação quão difícil é a vida no deserto. Diante da reclamação, Deus prometeu ao povo o alimento pelo qual murmuravam e concluiu Seu compromisso dizendo: “Eu sou o Senhor, seu Deus” (Êx 16:12). Eles receberam codornizes – algo incomum, mas não extraordinário. Também receberam uma substância parecida com flocos de neve – algo impensável e sumamente extraordinário. Deus Se encarregou de enviar o maná todos os dias durante 40 anos, com exceção dos sábados. Nesse dia, Deus lhes dava santidade.

Essa experiência não apenas marcou o povo, como também se tornou uma metáfora da humanidade. Andamos errantes, até queixosos, mas não andamos sós porque o Senhor é o nosso Deus. Muitas vezes diremos: “O que é isto?”, e Ele dirá: “Prove-o”, assim como ao maná. Então compreenderemos que Deus procura compensar a amargura de um mundo caído com coisas agradáveis. Outras vezes, Ele nos dirá: “Sabe o que é isso? Chama-se sábado e é muito mais doce do que o maná.”

Ezequiel 20 retoma o conceito de Êxodo para rever os marcos que assinalam a senda da religiosidade. A lembrança do passado traz dimensionalidade (Deus participa da história e Se oferece para seguir fazendo o mesmo no futuro), permanência (a relação com Deus não é pontual, mas contínua) e perspectiva (o vínculo com Deus é progressivo, não estático). Nesses textos, essa lembrança é assegurada mediante a confirmação do sábado como dia sagrado. No dia de encontro, outros encontros são relembrados e novos encontros são desejados, pois Deus é fascinado por esses encontros com o ser humano.

De novo, o cotidiano e o excepcional se mesclam para fortalecer uma ideia: “Não existe tempo sem Deus e tempo com Deus. Todo o tempo pertence a Ele.” Vivemos em uma época de dissonância entre o “religioso” e o “secular”. Temos vedado ambos os espaços, atribuindo o privado a um e o público ao outro, mas essa não é a realidade bíblica. Talvez precisemos de um dia dentre os sete para adquirir consciência disso, para desfrutarmos de tal maneira da presença de Deus que almejemos viver continuamente nesse estado de santidade. 

Fonte: https://mais.cpb.com.br/meditacao/seus-sabados-nossos-sabados/

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