No princípio, Deus criou os céus e a terra. Gênesis 1:1
No livro O Ente e a Essência, Tomás de Aquino declarou que “um pequeno erro no princípio acaba por tornar-se grande no fim”. Esse conceito pode ser aplicado ao contexto do estudo das origens, como descrito no Gênesis. Conhecer a doutrina bíblica da criação é o fundamento indispensável para a teologia cristã e deveria ser o ponto de partida para todo estudante das Escrituras.
Em Gênesis 1:1, vemos quem é o Agente da criação (Deus), quando ela foi realizada (no princípio), como ela ocorreu (por ação divina) e o que foi criado (os céus e a terra). A partir desse preâmbulo, encontramos na Bíblia a história do Deus Criador que Se relaciona com Suas criaturas. Em Gênesis 1 e 2, vemos ainda qual era o projeto original de Deus para o ser humano – a sua família, o seu trabalho, a sua dieta, o dia de descanso e a sua relação com a natureza. Portanto, conhecer as origens é fundamental para sabermos quem somos, de onde viemos e qual é o propósito da vida.
Infelizmente muitas pessoas consideram o relato do Gênesis como uma narrativa mitológica ou algo a ser interpretado à luz da teoria da evolução, como fazem muitos teólogos contemporâneos. Os adeptos da evolução teísta e do criacionismo progressivo, por exemplo, tentam harmonizar a criação com aspectos da teoria cosmológica de Charles Darwin.
Entretanto, essa união é falha, pois fere o texto sagrado e minimiza a onipotência divina. A Bíblia diz: “Pois Ele falou, e tudo se fez; Ele ordenou, e tudo passou a existir” (Sl 33:9, NAA). Se não aceitamos esse e outros textos como relatos literais, corremos o risco de alegorizar o restante das Escrituras, criando um desastroso “efeito dominó”. Afinal, se estamos em um processo de evolução, para que o Juízo ou a volta de Jesus? Incorreremos no risco de relativizar a capacidade de Deus curar doentes, ressuscitar mortos e cumprir a promessa do “novo céu” e da “nova terra”.
A frase de Aquino é verdadeira, porém, “o tiro saiu pela culatra”. Ao mesclar teologia bíblica com filosofia grega, ele praticamente negou a criação como narrativa histórica, produzindo um efeito cascata na tradição cristã. Isso deve nos alertar sobre a maneira como entendemos o estudo das origens. Sem os fundamentos, o edifício da fé cairá.
Fonte: https://mais.cpb.com.br/meditacao/efeito-domino/
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