segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

UM NATAL SEM GLAMOUR

 A vida estava Nele, e a vida era a luz dos homens. João 1:4

Dizem que Paris é a cidade das luzes. No Natal em que eu (Júlio) a visitei pude comprovar o porquê. Em toda a minha vida, vi poucos espetáculos tão bonitos como o daquelas ruas iluminadas, em torno do Arco do Triunfo. A Torre Eiffel, tão criticada por sua feiura na época em que foi construída, me pareceu, com justiça, uma das sete maravilhas do mundo, talvez a mais linda. 

Quando penso nas atrações, novidades e festas de confraternização de fim de ano, vêm à minha mente muitos outros lugares que eu gostaria de conhecer. Mas quando penso no verdadeiro sentido do Natal, entendo que o melhor pacote turístico seria aquele que me levasse direto a Belém. 

Lá, numa noite e num lugar sem glamour, eu presenciaria a celebração mais espetacular: um coro de anjos cujas vozes eu nunca mais esqueceria. Também um grupo de estrangeiros que, como eu, teria viajado milhares de quilômetros até chegar a Belém, e que não aceitaria voltar para casa antes de sentir que a viagem tinha valido a pena. Encontraria pessoas apreensivas, como José, preocupadas com o futuro da família, e quase incapazes de desfrutar o momento presente. 

Pessoas indiferentes às necessidades alheias, entorpecidas pela endorfina do prazer gerado pelo ambiente iluminado, aconchegante e repleto de alimentos especialmente saborosos. Talvez eu me deparasse ali também com pessoas distintas, com roupas caras e bonitas, muita saúde e dinheiro, muito poder e fama acompanhados do firme propósito de ficar em evidência todo o tempo, até o apagar das luzes. Eu certamente teria muitas surpresas em Belém! 

Em Paris, meu Natal foi ofuscado pela sensação de estar distante de alguns dos meus queridos, apesar da proximidade de outros. Distância e frieza são experiências parecidas e dolorosas. Naquele Natal não nevou, mas quase congelei. O frio de menos dois graus durante o dia, naquele dezembro, não se compara em nada ao calor do amor de Deus demonstrado na noite em que Jesus veio ao mundo como um bebê. Cumprindo antigas profecias, os magos tributaram-Lhe ofertas reais. Pergunto-me: O que oferecerei a Jesus neste Natal? 

Tenho até a sensação de que, mesmo não sendo o homenageado, eu é que sairia ganhando. De fato, naquele dia festivo, a humanidade inteira ganhou o maior de todos os presentes: Jesus! Fico feliz porque um dia Ele nasceu lá em Belém, mas o que será do meu Natal se Ele não nascer hoje, de novo, também aqui no meu coração? 

Fonte: https://mais.cpb.com.br/meditacao/um-natal-sem-glamour/

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