Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, pois deles é o Reino dos Céus. Mateus 5:10
Diante de certos dilemas, é fácil as pessoas confundirem pacificidade com passividade ou fraqueza. Para ser firme, porém, você não precisa brigar nem se indispor, mas deve se preparar para ser acusado. Quem não cede facilmente à pressão pode ser chamado de intolerante, mesmo que não seja. Funciona assim: primeiro semeiam dúvida sobre seu caráter e suas intenções. Então fazem parecer que você é o vilão da história, sendo isso verdade ou não. Daí vêm a intriga e a discórdia com uma força impressionante.
Analise o que houve com João Batista. Ele foi encarcerado e decapitado por enfrentar Herodes, um rei poderoso que publicamente tomou para si a esposa do próprio irmão, um ato considerado tão indecoroso como ilegal (Mt 14:3-11). Diante do ocorrido, João poderia ter ficado calado, passivo, sem se envolver, a uma distância prudente; mas não foi isso o que ele fez. Alguns dirão que João Batista foi um juiz implacável, um pregador radical, um crente-kamikaze, um fundamentalista. Jesus, porém, não pensava assim. Ele afirmou que João foi um grande homem, como poucos – uma inspiração (Lc 7:28).
João não era perfeito. Não há, contudo, no evangelho uma só palavra de Cristo em reprovação a ele. Isso lhe diz algo? “A maior necessidade do mundo é a de homens – homens que não se comprem nem se vendam; homens que, no íntimo de seu coração, sejam verdadeiros e honestos; homens que não temam chamar o pecado pelo seu nome exato; homens cuja consciência seja tão fiel ao dever como a bússola o é ao polo; homens que permaneçam firmes pelo que é reto, ainda que caiam os céus” (Educação, p. 40 [56]).
Firmeza não é sinônimo de brutalidade. A tentativa de ser correto obviamente não justifica a falta de tato ou de amor. Na vida do discípulo de Jesus, convicção e bondade não se separam jamais. Um cristão verdadeiro sabe disso, daí, como João, procura amar e, ao mesmo tempo, resiste à intimidação que vem de quem acusa e oprime. É preciso ficar firme até o fim (Jo 13:1). Isso não precisa fazer de você um mártir. No entanto, se por causa disso os que implicam com você quiserem persegui-lo ou eliminá-lo, alegre-se! “Grande é a sua recompensa no Céu. Pois assim os antepassados deles trataram [também] os profetas” (Lc 6:23).
Fonte: https://mais.cpb.com.br/meditacao/ternura-implacavel/
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