E
quando estiverem orando, se tiverem alguma coisa contra alguém,
perdoem-no [solte o problema, deixe ir] para que também o Pai
celestial lhes perdoe os seus pecados [contra Ele e os outros]”.
Marcos 11:25
Ainda
me lembro da primeira vez que vi o filme O Refúgio Secreto.
Eu tinha catorze anos e frequentava uma escola secundária
brasileira. Fiquei profundamente emocionada com a história de
Cornélia (Corrie) ten Boom, cristã holandesa que, com sua família,
ajudou muitos judeus a escaparem do Holocausto nazista durante a
Segunda Guerra Mundial, antes que a família dela fosse presa em
1944.
Enquanto
estava encarcerada, Corrie sofreu maus-tratos e a perda de sua amada
irmã, Betsie, que morreu depois de sussurrar as inspiradoras
palavras: “Não existe um abismo tão profundo que Ele [Deus] não
possa ultrapassar”. Como uma adolescente assistindo ao filme pela
primeira vez, fiquei impressionada com a fé manifestada por Corrie e
como Deus a libertou milagrosamente dez meses depois. O que
eu não compreendi foi como o perdão desempenhou um
papel fundamental em sua vida no campo e depois.
Nos
Estados Unidos, dezesseis anos depois, com a idade de trinta anos, eu
experimentava a dor da injustiça e rejeição. Foi então que Deus
me fez lembrar da história de Corrie ten Boom. Eu escutei o
depoimento dela, quando falou de sua luta para perdoar. Quando ela
percebeu que também havia ofendido a Deus e precisava de Seu perdão
é que ela foi capaz de “deixar ir” a amargura em seu coração.
No
livro Tramp for the Lord [Longa Caminhada Para o
Senhor], de 1974, Corrie escreveu sobre um encontro que teve com um
dos guardas mais cruéis do campo nazista no qual ela esteve presa.
Corrie ensinava em uma igreja na Alemanha, três anos depois de ser
libertada. O guarda não a reconheceu enquanto ficou na fila para
cumprimentá-la no fim do culto. Ela não havia se esquecido do rosto
dele e orou para que Deus a ajudasse a perdoá-lo. Corrie escreveu:
“Por um longo momento apertamos as mãos, o ex-guarda e a
ex-prisioneira. Nunca conheci o amor de Deus tão intensamente como
naquela situação.”
Corrie
abriu um centro de reabilitação para sobreviventes de campos de
concentração enquanto esteve na Holanda, antes de compartilhar, com
todo o mundo, o poder de cura do perdão e do amor de Deus. Que
inspiração para nós praticarmos o perdão!
Kátia
Garcia Reinert
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