quarta-feira, 11 de setembro de 2019

Cura por meio do perdão – Parte 1


E quando estiverem orando, se tiverem alguma coisa contra alguém, perdoem-no [solte o problema, deixe ir] para que também o Pai celestial lhes perdoe os seus pecados [contra Ele e os outros]”. Marcos 11:25

Ainda me lembro da primeira vez que vi o filme O Refúgio Secreto. Eu tinha catorze anos e frequentava uma escola secundária brasileira. Fiquei profundamente emocionada com a história de Cornélia (Corrie) ten Boom, cristã holandesa que, com sua família, ajudou muitos judeus a escaparem do Holocausto nazista durante a Segunda Guerra Mundial, antes que a família dela fosse presa em 1944.
Enquanto estava encarcerada, Corrie sofreu maus-tratos e a perda de sua amada irmã, Betsie, que morreu depois de sussurrar as inspiradoras palavras: “Não existe um abismo tão profundo que Ele [Deus] não possa ultrapassar”. Como uma adolescente assistindo ao filme pela primeira vez, fiquei impressionada com a fé manifestada por Corrie e como Deus a libertou milagrosamente dez meses depois. O que eu não compreendi foi como o perdão desempenhou um papel fundamental em sua vida no campo e depois.
Nos Estados Unidos, dezesseis anos depois, com a idade de trinta anos, eu experimentava a dor da injustiça e rejeição. Foi então que Deus me fez lembrar da história de Corrie ten Boom. Eu escutei o depoimento dela, quando falou de sua luta para perdoar. Quando ela percebeu que também havia ofendido a Deus e precisava de Seu perdão é que ela foi capaz de “deixar ir” a amargura em seu coração.
No livro Tramp for the Lord [Longa Caminhada Para o Senhor], de 1974, Corrie escreveu sobre um encontro que teve com um dos guardas mais cruéis do campo nazista no qual ela esteve presa. Corrie ensinava em uma igreja na Alemanha, três anos depois de ser libertada. O guarda não a reconheceu enquanto ficou na fila para cumprimentá-la no fim do culto. Ela não havia se esquecido do rosto dele e orou para que Deus a ajudasse a perdoá-lo. Corrie escreveu: “Por um longo momento apertamos as mãos, o ex-guarda e a ex-prisioneira. Nunca conheci o amor de Deus tão intensamente como naquela situação.”
Corrie abriu um centro de reabilitação para sobreviventes de campos de concentração enquanto esteve na Holanda, antes de compartilhar, com todo o mundo, o poder de cura do perdão e do amor de Deus. Que inspiração para nós praticarmos o perdão!
Kátia Garcia Reinert

Nenhum comentário: