“O
Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o
fizestes a um destes Meus pequeninos irmãos, a Mim o fizestes” (Mt
25:40, ARA).
Eu
estava em férias na Itália. Comecei a caminhar pelas ruas da cidade
de Florença a fim de conseguir rede no meu celular. Queria publicar
fotos da viagem no Instagram. Um homem se aproximou oferecendo alguma
coisa para comprar. Sem olhar para ele, fiz sinal de que não queria
nada. Havia vendedores ambulantes por toda parte!
“Vamos
comprar alguma coisa dele”, minha esposa disse.
Mas
estávamos com pouco tempo para ver os lugares turísticos e eu não
queria parar. Relutantemente, voltei até o homem com a aparência de
morador de rua. Ele tinha uma caixa de papelão com algumas coisas
dentro.
“Certo,
o que você quer?” Perguntei à minha esposa.
Ela
respondeu: “Não sei, mas compre algo.”
Até
aquele momento eu não tinha olhado para o homem que estava me
fazendo desperdiçar tempo e dinheiro. E então, por acaso, nossos
olhos se encontraram. Eu vi nos olhos dele não um desejo de tirar
alguns euros de mim, mas um desesperado clamor por ser notado.
Aquilo me fez lembrar da época em que fui discriminado como
imigrante. Eu também senti a dor diante dos olhares de rejeição
das pessoas que me viam como um incômodo. E agora, aquele homem
estava enfrentando o mesmo olhar nos meus olhos.
As
coisas mudam... e nós nos esquecemos.
“Ao
ver as multidões, teve compaixão delas, porque estavam aflitas e
desamparadas, como ovelhas sem pastor” (Mt 9:36). Jesus teve
compaixão dos rejeitados, algo que quase não vemos em nossa
sociedade. Digo “quase” porque ter compaixão requer atenção. E
tantas coisas requerem nossa atenção, que um estrangeiro, na
esquina, tem pouca chance de consegui-la.
Nós
compramos algum souvenir de Florença do homem, conversamos
uns minutos com ele e eu deixei o troco para ajudá-lo. O souvenir
vai se deteriorar com o passar do tempo, mas vou guardar na memória
o sorriso dele quando acenou para nós e disse: “Obrigado! Tenham
um bom dia, amigos!”
Eu
saí dali envergonhado. Por que não demos mais atenção a ele?
Diz-se que Mahatma Gandhi declarou: “A compaixão é um músculo
que fica cada vez mais forte com o uso.” Quando Jesus voltar, que
Ele nos encontre tendo exercitado muitas vezes esse músculo, que Ele
possa nos surpreender com as palavras: “Sempre que o fizestes a um
destes Meus pequeninos irmãos, a Mim o fizestes”.
Milos
Tomic › Denver, CO, EUA
Fonte
do Texto: https://mais.cpb.com.br/jovens/os-pequeninos/
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