O tráfego
passava por mim enquanto eu corria ao longo do amplo acostamento da Highway 97,
a principal via que une o Oregon Central, de norte a sul. Por ali passam
grandes caminhões, ônibus turísticos, turistas e o tráfego local ao longo dos
meses de verão. À minha frente havia uma colina. A única maneira de alcançá-la
era um pouco por vez, mantendo-me longe dos caminhões que passavam.
Olhando para o
chão, notei algo bem pequeno à frente. Não mais de cinco centímetros de
comprimento, esse pequeno volume estava diretamente debaixo do meu pé. Levantei
o pé e percebi um minúsculo amontoado de penas. Um Pintassilgo Capa Preta,
provavelmente. Dei mais dois passos e vi outro pequeno pacote de penas caído no
acostamento. Essas duas pequenas vidas foram perdidas em um momento? Voando
juntas e morrendo juntas, despercebidas pelas pessoas que passaram, mas
percebidas por Deus? Mateus e Lucas relatam Jesus dizendo que Deus percebe cada
pardal que morre (Mt 10:29, 31; Lc 12:6, 7). Ele certamente viu esses belos
pássaros morrerem, cada um deles com um peso não superior a alguns gramas.
Quando cheguei ao
topo da colina, tinha lembrado de muitas histórias bíblicas que ilustram a
compaixão de Jesus em relação às pessoas aparentemente sem importância que
viveram em Seu tempo. Ele notou a oferta insignificante que a viúva trouxe para
o templo, que refletia seu compromisso total com Deus. Jesus não percebia as
crianças como um incômodo, e Ele utilizou o almoço de um menino, alguns pães e
peixes, para alimentar os camponeses e suas famílias que escutaram Suas
palavras de esperança. No Sermão do Monte, Jesus não elogiou os governantes
romanos, os nobres, os fariseus e os líderes comunitários, mas partilhou
bênçãos aos mansos, perseguidos, pacificadores, justos, oprimidos e abandonados.
Ele falou com ternura às pessoas comuns enquanto tocava os intocáveis;
restaurava a visão aos cegos; e curava os aleijados, os possuídos por demônios
e os marginalizados. Jesus reconhecia o verdadeiro valor de um ser humano.
Dois dias depois,
corri pelo mesmo ponto no acostamento da estrada, procurando. Procurando por
dois pacotinhos de penas. Nada. Os passarinhos tinham desaparecido – mas ainda
estavam gravados no coração de Deus. Naquele momento, uma bela borboleta
atravessou meu caminho e entrou na floresta, um lembrete do amor contínuo de
Deus por nós.
Tabitha Abel
Fonte: https://mais.cpb.com.br/meditacao/quanto-voce-vale/
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