terça-feira, 19 de setembro de 2017

LEVANDO AS CARGAS UNS DOS OUTROS

Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo. Gálatas 6:2.


A palavra grega traduzida como “carga” em Gálatas 6:5 é baros. Ela se referia literalmente a um grande peso ou carga que alguém tinha que carregar por uma longa distância. Com o passar do tempo, no entanto, ela se tornou uma metáfora para qualquer tipo de problema ou dificuldade, como o fardo de uma longa jornada de trabalho em um dia quente (Mt 20:12). Embora o contexto imediato da ordem de Paulo de “[levar] as cargas uns dos outros” certamente incluísse as falhas morais dos irmãos mencionadas no verso anterior, o conceito de carregar os fardos, que ele tinha em mente, era muito mais amplo. A orientação de Paulo revela várias noções espirituais sobre a vida cristã que não devem ser negligenciadas.
Primeiramente, como observou Timothy George, “todos os cristãos têm fardos. Nossos fardos podem ser diferentes em tamanho e forma e podem ser de natureza variada, dependendo da ordem providencial de nossa vida. Para alguns, é o fardo da tentação e as consequências de uma falha moral, como está em Gálatas 6:1. Para outros, pode ser doença física, distúrbio mental, crise familiar, falta de emprego, opressão demoníaca ou uma série de outras coisas; mas nenhum cristão está isento de fardos” (Galatians [Gálatas], p. 413).
Em segundo lugar, Deus não pretende que carreguemos sozinhos todos os nossos fardos. Infelizmente, muitas vezes estamos muito mais dispostos a ajudar os outros a levar seus fardos do que a permitir que os outros nos ajudem a carregar os nossos. Paulo condenou essa atitude de autossuficiência (Gl 6:3) como orgulho humano, quando nos recusamos a admitir que também temos necessidades e fraquezas. Esse orgulho não apenas nos priva do conforto dos outros, mas também impede os outros de cumprir o ministério que Deus os chamou a realizar.
Finalmente, é por meio de nossas ações que o conforto de Deus se manifesta. Esse conceito está fundamentado no fato de que a Igreja é o corpo de Cristo. Um exemplo disso está nas palavras de Paulo: “Porém Deus, que conforta os abatidos, nos consolou com a chegada de Tito” (2Co 7:6). Observe que “o consolo divino não foi dado a Paulo na sua oração pessoal e espera pelo Senhor, mas por meio da companhia de um amigo e pelas boas notícias que ele trouxe”.

“A amizade humana, na qual levamos as cargas uns dos outros, faz parte do propósito de Deus para Seu povo” (John R. W. Stott, The Message of Galatians [Mensagem aos Gálatas], p. 158). 
Fonte/Base: http://mais.cpb.com.br/licao/o-evangelho-e-a-igreja/

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