sexta-feira, 5 de maio de 2017

SOFRENDO POR SER SEGUIDOR DE CRISTO

“Para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os Seus passos” (1Pe 2:21).

Nos primeiros séculos, o simples fato de ser cristão poderia resultar em morte terrível. Uma carta escrita ao imperador de Roma, Trajano, ilustra a precariedade da segurança dos cristãos primitivos. O autor da carta é Plínio; na época em que a escreveu ele era governador de Ponto e Bitínia (111-113 d.C.), duas regiões mencionadas em 1 Pedro 1:1.
Plínio escreveu a Trajano, pedindo orientação sobre o que fazer com as pessoas acusadas de ser cristãs. Ele explicou que havia executado aqueles que insistiam no cristianismo. Outros diziam que, apesar de terem sido cristãos no início, haviam abandonado a fé. Plínio permitiu que esses provassem sua inocência, ordenando-lhes oferecer incenso a estátuas de Trajano e a outros deuses, além de mandá-los amaldiçoar Jesus.
Adorar um imperador vivo era uma prática rara em Roma, embora na parte oriental do Império, para onde a primeira carta de Pedro foi enviada, esse ato fosse permitido e, às vezes, os imperadores até incentivavam a edificação de templos para si mesmos. Alguns templos possuíam seus próprios sacerdotes e altares, sobre os quais eram feitos os sacrifícios. Ao mandar que os cristãos mostrassem sua lealdade ao Império, oferecendo incenso e adoração a uma estátua do imperador, Plínio estava adotando uma prática muito antiga na Ásia Menor.
No primeiro século, houve momentos em que os cristãos enfrentaram graves perigos apenas porque eram cristãos, especialmente nos dias dos imperadores Nero (54-68 d.C.) e Domiciano (81-96 d.C.).
Eis aqui um trecho mais completo da carta escrita ao imperador Trajano sobre o sofrimento dos cristãos nos primeiros séculos: “[…] O método que tenho adotado em relação àqueles que foram denunciados a mim como cristãos é este: Eu os interrogo e pergunto se eles são, de fato, cristãos. Se confessam, repito a pergunta mais duas vezes, acrescentando a ameaça da pena capital. Se eles ainda assim perseveram, ordeno que sejam executados. Seja qual for a natureza de seu credo, ao menos posso ter a certeza de que a rebelião e a inflexível obstinação merecem castigo.
“Os que negam ser ou que afirmam nunca ter sido cristãos; que repetem comigo uma invocação aos deuses; que oferecem adoração às tuas imagens com o vinho e o incenso encomendados para esse propósito, e que finalmente amaldiçoam a Cristo (diz-se que nenhum dos verdadeiros cristãos podem ser forçados a realizar esses atos) – esses, julgo adequado libertar. Outros que foram delatados por aquele informante, primeiramente confessaram-se cristãos, mas depois negaram. Realmente, eles foram daquela fé, porém a abandonaram há cerca de três anos, outros há muitos anos e alguns até havia vinte e cinco anos. Todos eles adoraram a tua estátua e as imagens dos deuses, e amaldiçoaram a Cristo” (William Heinemann – Plínio Letters [As cartas de Plínio], Londres: 1915; v. 2, p. 401-403).

Fonte/Base: http://www.escolasabatinaonline.com.br/ - parte de domingo e sexta-feira.

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