E
ela disse: Sim, Senhor, mas também os cachorrinhos comem das
migalhas que caem da mesa dos seus senhores. Mateus
15:27
Depois de alimentar e curar Seu próprio povo, e de pregar para ele, Jesus tomou uma decisão dramática. Ele saiu da área dos judeus e entrou na região dos excluídos, os gentios.
Leia Mateus
15:21-28.
Como devemos entender essa história?
Em
muitos aspectos, essa não é uma história fácil de se ler, porque
não temos a vantagem de ouvir o tom de voz e ver as expressões
faciais das pessoas envolvidas. A princípio parece que Jesus ignorou
essa mulher; depois, quando falou com ela, Suas palavras parecem
muito rudes: “Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos
cachorrinhos” (v. 26).
Contudo,
precisamos considerar algumas coisas.
Primeiro,
é verdade que naquela época os judeus se referiam aos gentios como
cachorros, o que sugeria a imagem de muitos cachorros correndo pelas
ruas. Mas Jesus usou ali o termo grego mais carinhoso, “cachorrinho”,
o que traria à mente a imagem de cães de estimação alimentados
com as coisas que são servidas à mesa.
Segundo,
essa mulher cananeia chamou Jesus de “Filho de Davi”. Isso mostra
a familiaridade dela com o contexto judaico de Jesus. Como um bom
mestre, Jesus passou a dialogar com ela e talvez a testá-la. Craig
Keener escreveu: “Talvez Ele estivesse exigindo que ela entendesse
Sua verdadeira missão e identidade, para que não O tratasse como um
dos mágicos ambulantes a quem os gentios às vezes apelavam,
solicitando que fizessem exorcismos. Porém, Ele certamente a estava
convidando a reconhecer a prioridade de Israel no plano divino, um
reconhecimento que, para ela, incluía a admissão de sua condição
de dependência. […] Podemos comparar isso à exigência de Eliseu
de que Naamã mergulhasse no Jordão, apesar da preferência de Naamã
pelos rios arameus Abana e Farfar […], o que acabou levando Naamã
a reconhecer o Deus e a terra de Israel” (2Rs
5:17, 18; The
Gospel of Matthew: A Socio-Rhetorical Commentary [O
evangelho de Mateus: um comentário sócio-retórico], p. 417).
Finalmente,
é provável que essa mulher fosse grega de classe alta integrante de
um grupo de pessoas que tinham “rotineiramente tomado o pão dos
judeus pobres que residiam nas imediações de Tiro. […] Então […]
Jesus inverteu as relações de poder, pois o ‘pão’ que Jesus
oferecia pertencia primeiramente a Israel. […]; essa “grega”
devia suplicar ajuda de um judeu itinerante” (Ibid.).
Esta
não é uma passagem fácil, mas devemos confiar em Jesus. Ao
dialogar com aquela mulher, Jesus a dignificou, assim como fez com a
mulher junto ao poço. No momento em que ela foi embora, Jesus já
havia curado sua filha e sua fé no Filho de Davi havia sido
despertada.
Fonte: http://www.escolasabatinaonline.com.br/site/migalhas-da-mesa/
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