“Quando
Jesus foi levado ao deserto para ser tentado, foi guiado pelo
Espírito de Deus. Não convidou a tentação. Foi para o deserto
para estar sozinho, a fim de considerar Sua missão e obra. Por jejum
e oração devia Se fortalecer para a vereda sangrenta que iria
trilhar. Mas Satanás sabia que Jesus tinha ido para o deserto, e
julgou que essa fosse a melhor ocasião para se aproximar dEle”
(Ellen G. White, O
Desejado de Todas as Nações,
p. 114).
Há
paralelos dramáticos entre o relato das tentações de Jesus e a
experiência dos israelitas em suas peregrinações durante o êxodo.
Depois de passar pelas águas, Jesus foi para o deserto, onde não
comeu nada e foi provado durante 40 dias. Da mesma forma, os
israelitas passaram pelas águas (o Mar Vermelho), entraram no
deserto onde não tinham pão e permaneceram ali durante 40 anos.
Note como isso é descrito em Deuteronômio
8:2, 3:
“E te lembrarás de todo o caminho pelo qual o Senhor, teu Deus, te
guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, para te
tentar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias os
Seus mandamentos ou não. E te humilhou, e te deixou ter fome”.
O
relato dos evangelhos diz que, após 40 dias, Jesus teve fome (Mt
4:2).
Então apareceu alguém com um conselho “útil”, mais ou menos
como os consoladores de Jó. Essa não foi a primeira vez que Satanás
foi mostrado como tendo vindo “ajudar” alguém em crise.
O capítulo
3 de
Zacarias registra a história do sumo sacerdote Josué na época da
reconstrução de Jerusalém, após o exílio babilônico. Enquanto
ele estava diante de Deus em visão, alguém apareceu à sua direita.
Quem ficava à direita era sempre o amigo de maior confiança, para
proteger e guardar a pessoa contra qualquer suposto agressor. Mas o
homem de confiança que estava à direita em Zacarias 3 não era
outro senão o “acusador”, fingindo ser um amigo de confiança.
A
mesma coisa aconteceu com Jesus no deserto. Aquele que veio para
“ajudar” revelou quem era quando disse: “Se és Filho de Deus,
manda que estas pedras se transformem em pães” (Mt
4:3).
Um anjo do Senhor não teria dúvidas sobre a divindade de Cristo.
Note,
novamente, como a resposta de Jesus (Mt
4:4)
é uma citação ligada ao êxodo. “Ele te humilhou, e te deixou
ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conhecias, nem teus
pais o conheciam, para te dar a entender que não só de pão viverá
o homem, mas de tudo o que procede da boca do Senhor viverá o homem”
(Dt
8:3).
Por
mais importante que seja não cair em tentação, não seria mais
importante que você tivesse a certeza de que, mesmo sem perceber,
não está levando outros à tentação?
Fonte:http://www.escolasabatinaonline.com.br/site/transformar-pedras-em-paes/
Nenhum comentário:
Postar um comentário