"Perguntou-lhe
Jesus: Que queres que Eu te faça?" Marcos 10:51
Essa
é uma pergunta muito estranha para ser feita a um cego que clama por
misericórdia. Você pensaria que Jesus já sabe o que ele deseja.
Além da desabilidade física, Bartimeu carregava o pesado fardo do
estigma religioso. Vagava a esmo em Jericó, imerso em trevas. Assim,
para ele, a pergunta de Jesus parece soar como um novo golpe em uma
ferida antiga. "Será que esse Jesus está brincando ou sendo
sarcástico?", poderia ter pensado Bartimeu. Contudo, ele se
eleva acima de qualquer melindre e responde seguro, como se realmente
cresse que Jesus não soubesse: "Mestre, que eu torne a ver."
Jesus lhe diz: "Vai, a tua fé te salvou" (v. 52). E
logo seguiu a Jesus pelo caminho.
Segundo
um especialista, a recuperação da visão depois do prolongado
convívio com as trevas representa uma experiência perturbadora. A
pessoa sente dor de cabeça e no estômago, tonteiras e enjoos, além
do incômodo da luz. Quem tem essa experiência é quase compelido a
pensar que ver não é o que imaginava. Pense agora em Bartimeu.
Apertado no meio da multidão, tenta orientar-se com o velho cajado,
enquanto a outra mão busca proteger os olhos da luz que o fere. Na
hora de voltar para casa, ele não sabe o caminho. Daquele momento em
diante, o que iria fazer? Agora ele deve trabalhar, entrar na
competição da vida, mas ele não tem nenhuma profissão, não sabe
fazer nada. Ainda depende das pessoas, que agora já não o querem
ajudar. Em uma palavra, Bartimeu não está bem. Qual é seu
problema? Ele pode ver! Ele se sentia seguro nas trevas, mas a visão
o desorienta.
Você
percebe? A visão tem um preço. Podemos, afinal, entender que a
pergunta de Jesus não é tão estranha, mas é difícil de ser
respondida. Muitos preferem as trevas, porque se sentem seguros e
confortáveis na escuridão. Não ver, às vezes, é conveniente.
"Que queres que Eu te faça?", Ele nos pergunta, porque a
visão não é imposta. Jesus nos desafia a ver a realidade sobre
Deus e sobre nós mesmos, enxergando as distorções que devem ser
corrigidas em nossa vida. Você pode responder: "Obrigado,
Senhor! Não preciso de nada. Eu não enxergo, mas está tudo bem."
Ou você pode dizer como Bartimeu: "Senhor, eu quero ver.
Abre-me os olhos para que eu veja as coisas que tenho evitado por
muito tempo. Mestre, eu quero ver, pois só assim posso ser Teu
discípulo e contemplar a Ti, que és a luz do mundo. Abre-me os
olhos, Senhor!"
Fonte:http://cpbmais.cpb.com.br/htdocs/periodicos/medmat/2014/frmd2014.html
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