"Veio
a palavra do Senhor a Jonas [...]: Dispõe-te, vai à grande cidade
de Nínive e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até Mim."
Jonas 1:1, 2
A história de Jonas pode ser descrita em quatro movimentos: correndo de Deus, correndo para Deus, correndo com Deus e correndo à frente de Deus. O livro tem início com a ordem divina a Jonas na forma imperativa: "Levanta-te" (v. 2, ARC). Em seguida, somos informados de que "Jonas se levantou" (v. 3, ARC), mas para fugir em desobediência. Em vez de dirigir-se para Nínive, que estava no leste, ele partiu para Társis, uma colônia fenícia, no oeste. De acordo com o mapa conhecido nos dias de Jonas, o profeta escolheu fugir para o ponto mais distante na direção oposta: uma viagem de quase um ano. Jonas viu Nínive como uma missão impossível. Ele tentou "fugir da presença do Senhor" (v. 3). Como isso seria possível? Não diz o Salmo 139:7-12 que é impossível fugir da onipresença divina? Fugir de Deus, aqui, significa desertar, abandonar o posto de dever.
Em
sua fuga, aonde foi Jonas? O profeta começou a descer: para Társis,
para um navio (v. 3), para o porão do navio (v. 5), para o
fundo do mar, para o ventre de um peixe (2:6). Todo aquele que
resolve fugir de Deus também está descendo. Mas, "quando,
dentro de mim, desfalecia [...], lembrei-me do Senhor", disse o
profeta (2:7). No ventre do peixe, meio morto, assustado, com algas
marinhas enroladas em seu pescoço e cabeça, na escuridão, confuso
e desorientado, com o estômago dando voltas de enjoo pelos
movimentos e pelo odor insuportável, Jonas cai em si e tem o mesmo
ímpeto do filho pródigo: "Levantar-me-ei, e irei ter com o meu
Pai." O extraordinário é que Deus, em Sua glória e graça, Se
compadece de nossa insanidade e rebelião. Ele não coloca obstáculos
ao nosso retorno.
"Falou,
pois o Senhor ao peixe, e este vomitou a Jonas na terra"
(v. 10). Que língua falam os peixes? Não sei, mas Deus Se fez
entendido por essa criatura. Aquele que comanda o Universo e tem nas
mãos todas as chaves, Aquele que é o guia das estrelas e que segura
em Suas mãos o mar e a terra não tem problemas, apenas planos.
Poderíamos
pensar que Deus tivesse esquecido o projeto original. Mas o perdão
divino, a graça e a salvação não são escusas para a
desobediência. A salvação não anula a responsabilidade da
obediência, apenas dá a ela nova motivação.
Fonte:http://cpbmais.cpb.com.br/htdocs/periodicos/medmat/2014/frmd2014.html
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