Ao
entrar com a correspondência, joguei-a sobre a mesa perto do cesto
de lixo. Você sabe como é – anúncios de coisas que você não
quer, catálogos de coisas que você não compra, propaganda
política. É claro que há uma carta ocasional, ou uma conta, e todo
mês vem o extrato bancário. Reconheci o envelope e coloquei o
extrato bancário num lugar seguro para depois abri-lo.
Alguns
dias mais tarde, quando tive um momento livre, peguei o extrato do
banco e meu talão de cheques para reconciliar os dados. Ali estavam
as coisas costumeiras: o cheque para a igreja, o cheque para o
cabeleireiro, o pagamento para a loja de roupas infantis, saque no
caixa automático e um pagamento com o Cartão Discovetr. Meus olhos
piscaram quando olhei o último item outra vez. Sim, dizia Cartão
Discovetr – discovetr. Ri em voz alta ao pensar na pessoa que
registrou a movimentação bancária e digitou erroneamente uma tecla
a mais, como já fiz muitas vezes. Depois, as letras centrais, covet
[cobiçar], continuaram saltando diante de mim. Certamente me deram
muito o que pensar.
Haveria
alguma relação entre meu cartão de crédito e o ato de cobiçar?
Ah, claro que não! Entretanto, devo dizer francamente que gosto
muito de fazer compras. Meu esposo diz que essa é a minha terapia. E
devo admitir que fica muito prático fazer compras quando tenho um
cartão de crédito na carteira. Mas isso conta como cobiça?
Conheço
o verso bíblico que diz: "Não cobiçarás". Fui olhar o
dicionário. Ele dá a definição de cobiçar como ambicionar,
desejar imoderadamente. Aí chegou o momento da autoavaliação. Ter
um cartão de crédito quando vou às compras torna mais fácil fazer
mais do que simplesmente desejar as coisas que vejo. Quero, porém,
ser uma boa administradora do dinheiro de Deus. Afinal, para início
de conversa, o dinheiro não é meu. Todavia, minha reação padrão
ao carregar comigo um cartão de crédito é que ele torna possível
tirar vantagem de uma venda diante da qual eu me veja
inesperadamente.
Meu
extrato bancário chegou com essa surpreendente grafia por dois meses
consecutivos. Talvez alguém (ou seja, o Espírito Santo) estivesse
tentando atrair minha atenção.
Talvez
o que eu precise fazer quando chega a correspondência é rapidamente
jogar no lixo as atraentes propagandas e os sedutores catálogos,
antes que um anseio ou desejo excessivo tenha tempo de criar raízes!
Fonte:http://cpbmais.cpb.com.br/htdocs/periodicos/medmulher/2014/frmmul2014.html
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