quinta-feira, 3 de julho de 2014

APENAS UMA CONTA

 
"Não cobiçarás." Êxodo 20:17


 
Ao entrar com a correspondência, joguei-a sobre a mesa perto do cesto de lixo. Você sabe como é – anúncios de coisas que você não quer, catálogos de coisas que você não compra, propaganda política. É claro que há uma carta ocasional, ou uma conta, e todo mês vem o extrato bancário. Reconheci o envelope e coloquei o extrato bancário num lugar seguro para depois abri-lo.
Alguns dias mais tarde, quando tive um momento livre, peguei o extrato do banco e meu talão de cheques para reconciliar os dados. Ali estavam as coisas costumeiras: o cheque para a igreja, o cheque para o cabeleireiro, o pagamento para a loja de roupas infantis, saque no caixa automático e um pagamento com o Cartão Discovetr. Meus olhos piscaram quando olhei o último item outra vez. Sim, dizia Cartão Discovetr – discovetr. Ri em voz alta ao pensar na pessoa que registrou a movimentação bancária e digitou erroneamente uma tecla a mais, como já fiz muitas vezes. Depois, as letras centrais, covet [cobiçar], continuaram saltando diante de mim. Certamente me deram muito o que pensar.
Haveria alguma relação entre meu cartão de crédito e o ato de cobiçar? Ah, claro que não! Entretanto, devo dizer francamente que gosto muito de fazer compras. Meu esposo diz que essa é a minha terapia. E devo admitir que fica muito prático fazer compras quando tenho um cartão de crédito na carteira. Mas isso conta como cobiça?
Conheço o verso bíblico que diz: "Não cobiçarás". Fui olhar o dicionário. Ele dá a definição de cobiçar como ambicionar, desejar imoderadamente. Aí chegou o momento da autoavaliação. Ter um cartão de crédito quando vou às compras torna mais fácil fazer mais do que simplesmente desejar as coisas que vejo. Quero, porém, ser uma boa administradora do dinheiro de Deus. Afinal, para início de conversa, o dinheiro não é meu. Todavia, minha reação padrão ao carregar comigo um cartão de crédito é que ele torna possível tirar vantagem de uma venda diante da qual eu me veja inesperadamente.
Meu extrato bancário chegou com essa surpreendente grafia por dois meses consecutivos. Talvez alguém (ou seja, o Espírito Santo) estivesse tentando atrair minha atenção.
Talvez o que eu precise fazer quando chega a correspondência é rapidamente jogar no lixo as atraentes propagandas e os sedutores catálogos, antes que um anseio ou desejo excessivo tenha tempo de criar raízes!

Fonte:http://cpbmais.cpb.com.br/htdocs/periodicos/medmulher/2014/frmmul2014.html

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