A carreira de Moisés como líder começa com um bem-intencionado ato
de violência, mas, em vez de gratidão por seu interesse, ele foi confrontado
com ressentimento. Seus 40 anos à frente do povo hebreu foram marcados pelo
mesmo espírito por parte daqueles a quem ele fora chamado para servir. Moisés
os guiou para a liberdade, mas o povo reclamou. A liberdade, além de fazer
muitas exigências, é imprevisível. Eles foram alimentados de modo miraculoso,
mas os israelitas se queixavam de que o alimento era sempre o mesmo.
Nostalgicamente, suspiravam pelas panelas de carne, cebola, alho e melão do
Egito (Nm 11:15). Tinham saudade dos feitores egípcios? Reclamavam porque na
liberdade tinham que tomar decisões?
Onde Moisés encontrou força para vencer as frustrações de sua
missão? Harold Kushner conta a história de um rabino que foi a um hospital
fazer visitas a membros de sua congregação. Lá descobriu que duas pessoas já
haviam tido alta na tarde anterior. Provavelmente estivessem irados com ele,
porque não os visitara antes. Dois outros estavam dormindo. Um outro tinha o
quarto cheio de visitantes, e a visita do rabino seria considerada uma
intrusão. A última paciente tomou 20 minutos queixando-se de suas dores e
outras aflições e, por isso, disse que não acreditava mais em Deus.
Frustrado, o pobre rabino concluiu que perdera seu tempo,
considerando as demandas de seu trabalho. Caminhando para o estacionamento,
passou por um prédio de escritórios. O guarda de segurança o cumprimentou. O
rabino parou e perguntou o que ele estava fazendo ali. Pois não era um dia útil.
Tudo estava fechado; os prédios, vazios. O rapaz lhe disse que era pago para
ficar de guarda e perguntou o que ele estava fazendo, vestido de terno e
gravata, em uma tarde tão quente. "Para quem você trabalha?", quis
saber. O rabino quase disse o nome de sua congregação. Mas tirou do bolso um
cartão e disse: "Aqui estão meu nome e telefone. Eu lhe pagarei cinco
dólares por semana para você me telefonar toda segunda-feira de manhã,
lembrando-me de perguntar a mim mesmo para quem eu trabalho”.
Esse era o segredo de Moisés. Ele sabia para quem trabalhava. Ele
não estava trabalhando para ganhar reconhecimento ou apreciação do povo. Ele
trabalhava para Deus. O único Deus, não os ingratos israelitas, julgaria se ele
cumprira ou não seu chamado. E você sabe, em sentido final, para quem
você trabalha?
Fonte:
http://cpbmais.cpb.com.br/htdocs/periodicos/medmat/2014/frmd2014.html
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