terça-feira, 13 de maio de 2014

NOTÍCIA TRISTE: ABUSO DE ÁLCOOL SUPERA MÉDIA GLOBAL

"Não olhes para o vinho quando se mostra vermelho, quando resplandece no copo e se escoa suavemente.
No fim, picará como a cobra, e como o basilisco morderá." Provérbios 23: 31 e 32.
 
O abuso no consumo de álcool no Brasil supera a média mundial e apresenta taxas superiores a dezenas de países. Os dados são da Organização Mundial da Saúde (OMS) que, em um informe publicado ontem, alerta que um total de 3,3 milhões de mortes, no mundo em 2012, foram causadas pelo uso excessivo do álcool, 5,9% de todas as mortes.
Mas o que mais preocupa a OMS são os casos de abusos no consumo. No mundo, a média é de 7,5% da população que experimentou em algum ponto do ano um caso de um consumo excessivo de álcool. No Brasil, porém, a taxa é de 12,5%. Num ranking de números de anos perdidos de vida saudável, Brasil está entre os líderes. Em todo o mundo, a Europa é o continente onde os índices de consumo são os mais elevados per capita, com diversos países apresentando taxas acima de 10 litros por ano.
Segundo a entidade, não apenas a bebida pode gerar dependência, mas também poderia levar ao desenvolvimento de outras 200 doenças.
A proporção de mortes associadas ao álcool é superior à mortalidade ligada ao HIV (2,8%), à violência (0,9%) e à tuberculose (1,7%), concluiu a organização no Relatório Global sobre o Álcool e a Saúde 2014.
Além disso, um terço dos homens pesquisados admite já ter dirigido alguma vez sob efeito do álcool.
CONSUMO MÉDIO
Entre 194 países avaliados, a OMS concluiu que o consumo médio mundial para pessoas acima de 15 anos é de 6,2 litros de álcool puro por ano, o que equivale a 13,5 gramas de álcool puro por dia. No caso do Brasil, os dados apontam que o consumo médio é de 8,7 litros por pessoa por ano. Esse volume caiu entre 2003 e 2010. Há dez anos, a taxa era de 9,8 litros por pessoa.
Mas as projeções até 2025 mostram que o consumo voltará a aumentar, ultrapassando a marca de 10,1 litros por ano por pessoa. Em 1985, o consumo não chegava a quatro litros por pessoa por ano. No caso brasileiro, a diferença entre o consumo masculino e feminino é profundo. Entre os homens, a taxa chega a mais de 13 litros por ano. Para as mulheres, é de apenas 4 litros. Segundo a pesquisa, 60% do consumo é de cerveja e só 4% do é representado pelo vinho.
EXCESSO
Mais de 3 milhões de pessoas morreram em decorrência do consumo de álcool em 2012, por causas que variaram desde câncer até a violência, segundo a OMS. A Organização fez um pedido para que os governos façam mais esforços para limitar esses danos. "Mais precisa ser feito para proteger populações das consequências negativas à saúde por conta do consumo de álcool", disse Oleg Chestnov, especialista da OMS em doenças crônicas e saúde mental. Para ele "não há espaço para complacência quando se trata de reduzir o consumo nocivo de álcool".
"Descobrimos que, mundialmente, 16% daqueles que bebem participam de episódios de consumo pesado, que são os mais danosos à saúde", disse o diretor de saúde mental e abuso de substâncias da OMS, Shekhar Saxena. Pessoas mais pobres são geralmente as mais afetadas pelas consequências sociais e à saúde ocasionadas pelo uso do álcool, disse ele.
"Elas frequentemente carecem de cuidados à saúde de qualidade e são menos protegidas por redes funcionais de família e comunidade".
MEDIDAS DE PROTEÇÃO
O estudo descobriu que alguns países estão reforçando medidas para proteger as pessoas do consumo exagerado. Elas incluem aumento de impostos sobre o álcool, limitação da disponibilidade do produto por imposição de limites de idade e regulamentação da divulgação.
A OMS disse que a análise de tendências globais mostra que o consumo tem sido estável nos últimos cinco anos na Europa, na África e nas Américas. Mas tem crescido no Sudeste Asiático e na região ocidental do Pacífico.


Fonte: http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/

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