sexta-feira, 25 de abril de 2014

UM SALMO REALMENTE PESSOAL

"Deus é nosso refúgio e fortaleza. Ele é aquela ajuda na qual se pode confiar no dia da angústia. Por isso não ficaremos perturbados, mesmo que o mundo seja destruído, mesmo que as montanhas desabem dentro do mar." Salmo 46:1, 2.

Em vez de pregar um sermão, nosso pastor anunciou que nós o ajudaríamos a escrever um salmo. Os diáconos distribuíram papel e lápis. Quando recolheram nossos salmos, os diáconos nos entregaram os salmos escritos por pessoas do outro lado do corredor. Fomos instruídos a ler em voz alta aquele que havíamos recebido, se o considerássemos digno de nota.
Eu não conseguia acreditar no salmo que recebi: "Sinto profundo pesar pelo grande mal que há no mundo, pela bela pessoa cristã que já sofreu nas mãos de pessoas más. Talvez a dor dessas pessoas más seja tão grande que elas precisem causar dor a mais alguém. Senhor, por favor, dá-lhe da Tua força para suportar. Não virias, por favor, para acabar com toda a maldade, a fim de que aqueles que Te amam – e todas as Tuas criaturas – não tenham mais temor? Vem, Senhor Jesus, vem! Estamos esperando por Ti”.
Parecia que o autor dessas palavras sabia tudo a meu respeito. Mas essa era uma igreja nova para mim, e ninguém me conhecia bem. Fiquei ali sentada, aturdida. Não li o "meu" salmo em voz alta. A instrução era que déssemos nossos salmos aos diáconos. Eu conservei o meu.
Como poderia alguém nessa igreja saber o que me atribulava o coração? Era essa uma mensagem direta de Deus para mim? Veja só, no dia 11 de janeiro de 1982, meu mundo parou quando fui ameaçada com uma faca, estuprada e sodomizada, com os olhos vendados, num ato de violência aleatório, sem sentido. Como perdoar o perpetrador, se algum dia eu viesse, a saber, quem me fizera isso? Simplesmente não parecia justo ter que olhar para a dor dele! Minha dor era tão intensa! Cada parte do meu corpo fora violada, e eu sentia muito medo.
Sempre encontrei conforto no Salmo 46. Abri a Bíblia, mas, desta vez, fui atraída para Romanos 12:17, 21: "Nunca paguem o mal com o mal." "Não deixem que o mal prevaleça, mas triunfem sobre o mal, praticando o bem" (NBV).
Tornei-me conselheira voluntária e defensora num centro de amparo a vítimas de estupro, e encontrei minha paz ajudando outras mulheres em seu processo de recuperação. Naquela manhã, o Espírito Santo impressionou alguém a escrever aquilo que eu precisava desesperadamente saber – meu verdadeiro salmo pessoal.


Fonte: http://cpbmais.cpb.com.br/htdocs/periodicos/medmulher/2014/frmmul2014.html


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