"Da mesma forma, o Pai de vocês, que está nos
Céus, não quer que nenhum destes pequeninos se perca." Mateus 18:14
Ela afrouxou o cinto e rearranjou as
pregas do manto para ocultar a cintura que se alargava. Era importante manter
aquela gravidez discreta, se houvesse essa possibilidade. Especialmente
importante se o bebê fosse um menino! Não havia o rei decretado que todo menino
nascido a uma mãe hebreia devia ser morto? Essa fora a instrução que ele havia
dado às parteiras hebreias, de modo que Joquebede estava decidida a ter um
parto rápido e silencioso, sem mesmo chamar uma parteira.
Dito e feito, o nascimento do bebê foi uma questão de privacidade, e a corajosa mãe soube, tão logo o viu que havia algo especial naquele menino. (Mas não é assim que todas as mães se sentem – orgulhosas de seus bebês, sabendo que são especiais?)
Quando o bebê de Joquebede tinha uns três meses, começou a ficar mais interativo e vocalmente expressivo. A mente criativa da mãe havia planejado um meio de proteger e salvar seu filho. Assim, tomou um cesto grande, que ela mesma pode ter tramado, e o cobriu com betume. Deve tê-lo levado ao rio algumas vezes, para conferir se haveria alguma abertura, por mínima que fosse.
Então a temível manhã chegou. Cedo, antes do despontar do sol, enquanto amamentava aquele precioso bebê, ela deve tê-lo apertado junto ao coração e cantarolado baixinho uma melodia conhecida, beijando-o e ninando-o para dormir. Com o coração partido, ela o acomodou sobre o forro macio do cesto, acordou Miriã, a irmã mais velha, e juntas desceram furtivamente entre as sombras do amanhecer até a margem do rio. Encontrando um lugar seguro entre os juncos, ela recapitulou em voz baixa as instruções para Miriã, antes de correr para casa com uma prece expectante no coração.
Joquebede deve ter sussurrado para Deus: "Tenho certeza de que desejas salvar meu bebê, mais ainda do que eu mesma. Fiz tudo o que pude para ser uma boa mãe; agora, Deus, é contigo”.
Não importa a idade deles, mas se você é mãe, sei que você fala com Deus a respeito dos seus filhos. Recordamos os seus anos da infância e, embora tenhamos cometido erros e fizéssemos agora algumas coisas de modo diferente, podemos dizer a Deus que fizemos – estamos fazendo – o nosso melhor para sermos boas mães. Assim como Joquebede precisou deixar seu bebê aos cuidados de Deus, nós também podemos confiar os filhos ao cuidado do Pai celeste; Jesus disse que Ele "não quer que nenhum destes pequeninos se perca". Eu também não!
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