Esta é a gênese dos céus e da terra quando foram criados […]. Gênesis 2:4
Em 1628, Charles Perrault nasceu em Paris. Ele
se tornou famoso por compor histórias como “O Gato de Botas”, “A Bela
Adormecida”, “Cinderela” e “Chapeuzinho Vermelho”. Durante quase quatro
séculos, essas histórias têm sido contadas como ficção. Mas a pós-modernidade
parece ter mudado tudo – o que é histórico está sendo considerado lendário; e o
lendário, histórico. Os universos inventados e fantasiados estão sendo tratados
como realidade.
Para muitos, a Bíblia se encontra inserida no
terreno da ficção. Na opinião desses, as origens são míticas, e os que creem
nessas coisas são pessoas ingênuas. O relato bíblico, muito pelo contrário, não
foi composto com esse objetivo. Não existem indicadores literários que mostrem
que seja uma ficção. Ao contrário, o relato se apresenta como história.
Um exemplo disso é a palavra “gênese” (toledot), encontrada em Gênesis
2:4. Toledot, que poderíamos traduzir literalmente como “gerações”,
envolve tanto ascendentes como descendentes. Esse termo é tão relevante que
podemos dividir o livro do Gênesis pelo número de vezes que o termo aparece
(2:4; 5:1; 6:9; 11:10; 25:12; 36:1; 37:2). De tão significativo, o termo tem o
sentido de história – não a macro-história, que nada tem a ver com o cotidiano,
mas a micro-história, que é construída a cada dia. É uma história associada à
aliança com Deus e, portanto, à participação de Deus na vida das pessoas.
Deus não é ficção. Nós não somos ficção. Todos
vivemos em um Universo real, em um conflito real. As decisões que tomamos
diariamente, em harmonia ou não com a vontade divina, definirão para sempre o
desfecho desse enredo.
Em 1976, morreu em Wallingford, Inglaterra,
Agatha Christie, uma enfermeira que acabaria escrevendo novelas policiais e
românticas. A seguinte frase é de autoria dela: “Não reconhecemos os momentos
realmente importantes da vida até que seja tarde demais.” Lamento dizer, mas
ela se equivocou. Se a cada dia lermos a história com Deus, distanciando-nos de
expectativas ilusórias e confiando que Ele participa de nossa vida,
reconheceremos imediatamente o que é verdadeiramente relevante. Vivamos a
história com Ele. O resto será apenas contos.
Fonte: https://mais.cpb.com.br/meditacao/ficcao-versus-realidade/
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