Ele lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor. Todas essas coisas passaram para sempre. Apocalipse 21:4, NVT
Desde quando o pecado entrou no mundo e as folhas das árvores caíram sobre o chão, a finitude se tornou parte da nossa vida. Todas nós já perdemos pessoas queridas e inevitavelmente choramos de saudade. Lembro-me bem da minha primeira despedida. Ela aconteceu cedo demais, aos quatro anos.
Era uma manhã de sábado, e, como de costume, fui acordada pelo meu pai para ir à igreja. Ele me encheu de beijinhos e me ajudou a escolher um vestido florido para usar. No entanto, havia algo atípico acontecendo, e logo reparei: minha mãe não estava se arrumando para nos acompanhar no culto. Eu a vi deitada sobre a cama no dia anterior, com um semblante adoecido e cansado, sendo cuidada por minha avó.
Antes mesmo que eu pudesse perguntar o que estava acontecendo, meu pai segurou minhas mãos e me levou até o quintal, onde havia um pé de acerola carregado. Ele dobrou os joelhos e se agachou até a altura dos meus olhos para perguntar: “Filha, você está vendo que algumas acerolinhas caíram da árvore antes mesmo de amadurecer?” Balancei a cabeça para dizer que sim e o ouvi falar em seguida: “Infelizmente foi isso que aconteceu com o bebezinho que estava na barriga da mamãe. Nós o perdemos nesta semana, antes mesmo de nascer.”
A gravidez da minha mãe era sonhada pela família inteira, e sua brusca interrupção partiu nosso coração. Enquanto estivermos neste mundo de pecado, viveremos aflições desoladoras e sofreremos de despedida em despedida.
No entanto, Deus não nos deixou desamparadas e muito menos desesperançadas. Ainda naquela manhã de sábado, meu pai continuou a olhar em meus olhos e disse algo que conforta meu coração até hoje: “Esse tipo de coisa não vai acontecer no Céu. Nenhuma acerola vai cair da árvore, nenhuma mãe vai perder um filho, nenhuma garotinha vai chorar por seu irmãozinho.”
Desde então, comecei a desejar o Céu e a descansar na promessa de um lugar onde não haverá morte. Hoje, talvez o luto parta você ao meio, e nem posso imaginar o quanto dói aí, mas sei que em breve reencontraremos as pessoas que perdemos e teremos uma eternidade inteira pela frente para amá-las ainda mais. A dor que minha família sentiu à sombra de um pé de acerola será curada à sombra da árvore da vida. Deus enxugará todas as nossas lágrimas, e não enfrentaremos mais despedidas.
{ Emanuely Miranda }
Fonte: https://mais.cpb.com.br/meditacao/as-acerolas-que-nao-cairao/
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