segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

O DEUS DE JOSÉ

 Os patriarcas, invejosos de José, venderam-no para ser levado para o Egito. Mas Deus estava com ele e o livrou de todas as suas aflições, concedendo-lhe também graça e sabedoria diante de Faraó, rei do Egito, que o constituiu governador daquela nação e de toda a casa real. Atos 7:9, 10

Eu era menino quando li a história de José pela primeira vez. Que história triste! Um filho separado de seu pai pelos próprios irmãos. Na ocasião, ele tinha 17 anos. Para um garotinho, 17 anos parece uma idade distante. Assim, não era fácil me identificar com ele. Mas fui crescendo, e chegou o dia em que eu também tinha 17 anos. Ao reler a história podia compreendê-la melhor, ainda mais porque eu, como José, estava separado de minha família, em um colégio com internato. 

Tempos depois, tendo meus próprios filhos, lendo a mesma narrativa, eu me identifiquei com Jacó, o pai. Naqueles anos, meus olhos se enchiam de lágrimas cada vez que lia essa história. Um dia meu filho completou 17 anos, a mesma idade de José. Ao ler outra vez a história, senti profundamente a perda de Jacó. Que coisa terrível, perder um filho! Chegou o dia em que eu também perdi um de meus filhos, em um acidente automobilístico. Ele estava com 18 anos. Como José, ele também amava a Deus. Então, pela primeira vez li a história de José depois que eu mesmo havia perdido meu filho, mas não chorei. Nunca mais chorei quando li essa história. Não tinha mais pena de Jacó. Ele recuperou José e pôde viver com ele mais 17 anos. Eu, nesta vida, nunca mais verei meu filho. 

Assim, tenho lido a história de José dezenas de vezes. Ela permanece sem alteração. Mas eu, como leitor, estou sempre mudando. Por isso, a história, cada vez que é lida, tem um sabor de novidade. O mesmo é verdade em relação a toda a Bíblia. Embora ela permaneça inalterada, nós vamos mudando continuamente. Mudamos de idade, de tamanho, de aparência. Muda-se a visão que temos do mundo e da vida. Mudam-se os relacionamentos, os afetos, nosso jeito de pensar e de nos expressarmos. Mudam-se as circunstâncias, mas, em meio a todas elas, o Deus de José, Aquele que sempre estava com ele, está a postos, desejando nos guiar e abençoar. Se confiarmos Nele, no final tudo acabará bem, como aconteceu com José.

Fonte: https://mais.cpb.com.br/meditacao/o-deus-de-jose/

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