Será como um homem que, ao sair de viagem, chamou seus servos e confiou-lhes os seus bens. Mateus 25:14
Cuidar das coisas dos outros pode ser mais difícil que cuidar do que é nosso. Vou ilustrar com uma história real. Aconteceu em São Paulo. Um professor universitário decidiu viajar com a esposa. Ele planejou tudo e pediu a um aluno que cuidasse da casa. O rapaz aceitou. A casa era muito bonita: grande, espaçosa, confortável. O rapaz logo teve uma ideia que lhe pareceu genial: ofereceu uma pizzada para os amigos no sábado à noite.
Foi uma ocasião muito agradável, até que, de repente, alguém tocou a campainha. Um dos convidados perguntou ao jovem anfitrião: “Você está esperando mais alguém?” Ele disse que não e pensou: “Será que algum vizinho veio reclamar do barulho?” Qual não foi a surpresa dele quando, ao abrir a porta, se encontrou com o dono da casa! “Houve algum problema, professor? Achei que o senhor só voltaria amanhã.” “Sim, esse era o plano”, respondeu. “Mas minha esposa não se sente muito bem, então decidimos retornar antes.” Consegue imaginar a cena?
Certa vez ouvi de um vizinho no bairro onde cresci: “Vergonha é roubar e não poder levar!” Nunca concordei com isso. A vergonha é um mecanismo de controle moral que desenvolvemos a partir dos três anos de idade; às vezes um pouco mais cedo. Muitos estudiosos atualmente estão alegando que esse sentimento é nocivo, que limita nosso potencial, que nos reprime e oprime, como se fosse, digamos, “um carcereiro da alma”. Concordo em parte. Ninguém gosta de sentir-se condenado pelos olhares alheios. Gosto, porém, de pensar que culpa e responsabilidade são coisas diferentes e que, em certa medida, se anulam. O que acha?
Imagino a volta de Jesus não como um dia de acerto de contas, mas como um momento de alegria, uma ocasião feliz. Muitos, porém, se arrependerão por ter duvidado desse encontro ou deixado de se preparar para ele (Mt 25:24-30). Se esqueceram de que o corpo é a casa de Deus (1Co 3:16), e que essa casa precisa ser bem cuidada. Ser um servo fiel não é algo de outro mundo. Cuidar da casa alheia tem seus encantos, mas também há liberdades que não podemos tomar. Pense nisso na próxima vez que quiser impressionar seus amigos, satisfazer alguma necessidade ou realizar algum plano mirabolante no fim de semana. A casa é emprestada. Não esqueça
Fonte: https://mais.cpb.com.br/meditacao/casa-emprestada/
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