sexta-feira, 10 de junho de 2022

JUDÁ, JOSÉ E O MESSIAS

 Os irmãos de José “disseram uns aos outros: — Lá vem o grande sonhador!” (Gn 37:19).

Após a venda de José, Judá não mais se sentia confortável morando com seus irmãos e preferiu se dissociar deles. O desacordo de Judá com os demais deve ter começado antes, quando usou o argumento do parentesco contra eles (“é nosso irmão, é do nosso sangue”) para impedi-los de matar José (Gn 37:27). A consciência de Judá sempre foi forte e ativa, como evidenciado mais tarde em seu apelo por Benjamim (Gn 44:18-34). Além disso, a frase que descreve Judá como alguém que “desceu” (Gn 38:1, ARC) ecoa a descrição de José como alguém que “desceu” ao Egito (ver Gn 37:25, 35; 39:1).

Esse paralelo sugere que o movimento de Judá “para baixo” foi de alguma forma solidário à condição de José, já que este foi levado para o Egito. É por isso que a história do incidente de Judá com sua nora Tamar, que aconteceu imediatamente após a venda de José e sua chegada à casa egípcia de Potifar (Gn 38:1), pertence à sequência de eventos. Não apenas os eventos relatados no capítulo 38 seguem, em ordem cronológica, os eventos registrados no capítulo 37, conforme claramente indicado na fórmula introdutória, “por esse tempo” (Gn 38:1); os dois capítulos também compartilham paralelos linguísticos e temáticos: as mesmas palavras, “veja se é ou não” (Gn 37:32) e “veja se reconhece de quem é” (Gn 38:25); e a mesma referência a um “cabrito” (Gn 37:31, ACF; 38:17). Mais importante, as duas passagens transmitem a mesma lição teológica fundamental: elas testificam do mesmo poder providencial que prevalece para o bem do povo de Deus sobre os atos humanos perversos. A má conduta de Judá se transformou em um evento positivo, levando à salvação de Israel. O sórdido encontro sexual entre ele e Tamar não só resultaria no resgate dela, como também geraria o ancestral de Davi e, portanto, do Messias de Israel, o Salvador do mundo.

Discuta com sua classe a conexão entre o resgate de José por Judá e o encontro de Judá com Tamar, levando à descendência messiânica. O que os paralelos entre essas duas histórias nos ensinam sobre a maneira de Deus trabalhar na história e na existência humanas? Reflita sobre sua própria vida: Quais são algumas das falhas e lutas de seu passado que Deus usou para Sua glória? O que essas experiências lhe ensinam sobre Ele? Como essas experiências o ajudam com as lutas e dúvidas que você enfrenta no presente?

Fonte: https://mais.cpb.com.br/licao/jose-mestre-dos-sonhos/

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