E disse-me um dos anciãos: Não chores; eis aqui o Leão da tribo de Judá, a raiz de Davi, que venceu, para abrir o livro e desatar os seus sete selos. Apocalipse 5:5
O retorno de Jesus para junto do Pai e Sua entronização no Céu foram preditos no Antigo Testamento (Sl 110:1, 2) e descritos em tons dramáticos no capítulo 5 de Apocalipse. O desespero de João (Ap 5:4) revela o temor de que o caráter de Deus tivesse sido para sempre comprometido pela história do pecado e Ele houvesse perdido as condições morais de governar. Mas alguém lhe disse: “Não chore! Eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para quebrar os sete selos e abrir o livro” (v. 5). Quando João olhou, porém, o que ele viu não foi um Leão, e sim “um Cordeiro que parecia que tinha sido morto” (v. 6). E o que se segue é a cena, descrita em termos apoteóticos, da entronização de Cristo no Céu
A tônica da narrativa é clara: “Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, a riqueza, a sabedoria, a força, a honra, a glória e o louvor” (v. 12), um reconhecimento que começa aparentemente com seres humanos redimidos (v. 8), passa para os milhões de anjos celestiais (v. 11) e termina com toda a criatura no vasto Universo de Deus (v. 13). Um momento de glória e louvor indescritíveis. Jesus venceu! Deus venceu! Seu caráter foi passado a limpo e Seu direito de reinar, bem como o de Cristo, plenamente vindicado, e por isso Jesus pôde dizer pouco antes de ascender ao Céu: “Toda a autoridade Me foi dada no Céu e na Terra” (Mt 28:18). Embora esse não tenha sido ainda o momento em que as forças do mal foram definitivamente aniquiladas, a destruição delas e o triunfo do plano divino já estavam assegurados (Sl 110:1; Ef 1:19-22; Fp 2:10, 11).
A entronização de Cristo à destra do Pai, mencionada inúmeras vezes pelos escritores do Novo Testamento (At 2:32-36; 5:31; 7:55, 56; Rm 8:34; Ef 1:20; Cl 3:1; Hb 1:3, 13; 8:1; 10:12;12:2; 1Pe 3:22; Ap 3:21) e antecipada pelo próprio Jesus diante do Sinédrio (Lc 22:69), ocorreu na sala do trono celestial, simbolizado pelo Santo dos Santos do santuário terrestre (Êx 25:17-22; Nm 7:89; 1Sm 4:4; 2Sm 6:2; 2Rs 19:15; 1Cr 13:6; Sl 99:1; Is 37:16) e o lugar mais sagrado do Universo. A sacralidade do local é determinada pela presença de Deus. Detalhe interessante é que no evangelho de João Jesus é explicitamente apresentado como o “Eu Sou” do Antigo Testamento (Jo 8:28, 58; 13:19), inclusive como Aquele que Isaías viu “assentado sobre um alto e sublime trono,” rodeado por serafins que clamavam uns para os outros: “Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos” (Is 6:1, 3; cf. Jo 12:41). Ou seja, de acordo com João, o Ser divino, glorioso e majestoso que Isaías viu na sala do trono do santuário celestial era o próprio Jesus, o que ajuda a entender o que Jesus quis dizer quando Ele orou para reaver a mesma glória que Ele tivera desde a eternidade passada.
Fonte: Veja o artigo completo – Da Cruz ao Trono, de Wilson Paroschi em: https://mais.cpb.com.br/wp-content/uploads/2020/12/RADez2020.pdf
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