sexta-feira, 3 de maio de 2019

AUXILIAR DA LIÇÃO DA ESCOLA SABATINA: INTRODUÇÃO TEOLÓGICA


Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor.

Deus assume riscos. Ele voluntariamente criou seres morais livres, com o potencial de amá-Lo ou de não querer nada com Ele. Em certo sentido, Deus perdeu Sua própria aposta. Seu Universo se rebelou. Ele perdeu muitos anjos. Perdeu seres humanos. O pior de tudo é que Seu próprio Filho foi morto pelos mesmos seres que Ele criou! No entanto, para Deus tudo valeu a pena pelo propósito de ter uma família.
Existe alguma instituição que tenha realidades tão conflitantes como a família? Por um lado, a família pode oferecer o ápice da segurança e do amor. Por outro lado, ela pode gerar a mais profunda dor e ressentimento, mascarar a violência mais chocante e desfigurar o caráter de seus descendentes. Quando começamos nossa própria família, participamos do risco divino de criar relacionamentos. Escolhemos um cônjuge, inicialmente um total estranho, com um futuro desconhecido, para ligar nossa vida a essa pessoa para sempre. Temos filhos que são “pacotes de alegria”, mas logo percebemos que eles também são pacotes de potencialidades em que essa alegria inicial é ampliada ou termina em dor e corações partidos. No entanto, como Deus, continuamos unindo nossa vida com os outros para formar famílias. Por quê? Talvez encontremos a resposta na letra de uma música de Bob Bennet, que apresenta uma verdade que vale a pena considerar: “O amor é o único risco que vale a pena assumir”.
Quando Deus, cuja essência é amor (1Jo 4:8) nos moldou à Sua própria imagem (Gn 1:26), o desejo de amar e ser amado ficou gravado indelevelmente em nossa natureza. Embora o pecado tenha causado tanto caos na criação, até mesmo o pecado não conseguiu apagar o amor como a ética suprema no coração da humanidade. Quantas pessoas no planeta poderiam honestamente dizer que preferem uma vida destituída de todo o amor? Não muitas. Visto que as famílias são a fonte do amor relacional, elas estão presentes em toda parte. Deus desejou que fosse assim (Gn 1:28; 2:24). O amor familiar pode nos levar a ouvir os primeiros sussurros do amor de Deus por nós. Ellen G. White afirma que, pelas “obras da natureza, e os mais profundos e ternos laços terrestres que o coração humano possa imaginar, Ele procurou revelar-Se a nós” (Caminho a Cristo, p. 10).
Não é de admirar, então, que a família tenha se tornado o alvo de Satanás. Ele quer destruí-la. É por isso que precisamos das imagens familiares multidimensionais de Deus como Pai e Marido (Êx 4:22; Jr 31:32), e de Jesus como Filho, Noivo e Irmão (Jo 3:16; Mc 2:19; Rm 8:29). De fato, qualquer percepção do caráter de Deus (que é amor) nos apresenta a referência para cultivarmos o amor em nossa própria família. O livro de Provérbios é a valorosa tentativa de um rei de transmitir uma herança de sabedoria divina a seus filhos. Que seu legado influencie nossa família, a fim de que ela reflita o sonho de Deus de uma criação reunida – uma família universal, sustentada por Seu amor.

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