Mas é judeu
o que o é no interior, e circuncisão é a do
coração, no espírito, não na letra; cujo louvor
não provém dos homens, mas de Deus. Romanos 2:29.
Por
que a circuncisão foi um ponto tão importante na controvérsia
entre Paulo e alguns judeus cristãos? Gn
17:1-22; Gl 2:3-5; 5:2, 6; At 15:1, 5.
Por
causa da aliança que Deus havia feito com Abraão e seus
descendentes, separando-os como Seu povo escolhido.
A
circuncisão era o sinal do relacionamento de aliança que Deus havia
estabelecido com Abraão, o pai da nação judaica. Embora a
circuncisão fosse destinada apenas aos descendentes de Abraão do
sexo masculino, todas as pessoas eram chamadas a um relacionamento de
aliança com Deus. O sinal da circuncisão foi dado a Abraão em
Gênesis 17. Isso ocorreu após a desastrosa tentativa do patriarca
de ajudar Deus a cumprir Sua promessa de lhe dar um filho, ao gerar
uma criança com a escrava egípcia de sua esposa.
A
circuncisão era um sinal apropriado da aliança, um lembrete de que
os planos mais bem elaborados pelos seres humanos nunca podem
realizar o que Deus prometeu. A circuncisão exterior devia ser um
símbolo da circuncisão do coração (Dt 10:16; 30:6; Jr 4:4; Rm
2:29). Ela representa o despojamento da confiança própria e, em
lugar disso, a constante dependência de Deus.
Na
época de Paulo, no entanto, a circuncisão havia se tornado um
importante sinal da identidade nacional e religiosa, tendo perdido o
significado para o qual havia sido planejada. Cerca de 150 anos antes
do nascimento de Jesus, patriotas excessivamente zelosos não só
forçaram todos os judeus não circuncidados na Palestina a ser
circuncidados, mas também exigiram isso de todos os homens que
viviam nas nações vizinhas incluídas em sua jurisdição. Alguns
acreditavam que a circuncisão fosse o passaporte para a salvação.
Isso pode ser visto em sátiras antigas que confiantemente declaravam
coisas como: “Os homens circuncidados não descem ao Geena
[inferno]” (C. E. B. Cranfield, A Critical and Exegetical
Commentary on the Epistle to the Romans [Um Comentário
Crítico e Exegético sobre a Epístola aos Romanos], Edinburgh: T. &
T. Clark Ltda., 1975, p. 172).
Seria
um erro supor que Paulo fosse contrário à circuncisão em si. O que
Paulo contestava era a insistência para que os gentios se
submetessem à circuncisão. Os falsos mestres diziam: “Se vocês
não forem circuncidados conforme o costume ensinado por Moisés, não
poderão ser salvos” (At 15:1, NVI). Portanto, a questão não era
realmente sobre a circuncisão, mas sobre a salvação. Ou a salvação
é pela fé unicamente em Cristo, ou é algo obtido pela obediência
humana.
Fonte/Base:
http://mais.cpb.com.br/licao/a-unidade-do-evangelho/
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