segunda-feira, 10 de julho de 2017

CIRCUNCISÃO E OS FALSOS IRMÃOS

Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão é a do coração, no espírito, não na letra; cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus. Romanos 2:29.
Por que a circuncisão foi um ponto tão importante na controvérsia entre Paulo e alguns judeus cristãos? Gn 17:1-22; Gl 2:3-5; 5:2, 6; At 15:1, 5.
Por causa da aliança que Deus havia feito com Abraão e seus descendentes, separando-os como Seu povo escolhido.
A circuncisão era o sinal do relacionamento de aliança que Deus havia estabelecido com Abraão, o pai da nação judaica. Embora a circuncisão fosse destinada apenas aos descendentes de Abraão do sexo masculino, todas as pessoas eram chamadas a um relacionamento de aliança com Deus. O sinal da circuncisão foi dado a Abraão em Gênesis 17. Isso ocorreu após a desastrosa tentativa do patriarca de ajudar Deus a cumprir Sua promessa de lhe dar um filho, ao gerar uma criança com a escrava egípcia de sua esposa.
A circuncisão era um sinal apropriado da aliança, um lembrete de que os planos mais bem elaborados pelos seres humanos nunca podem realizar o que Deus prometeu. A circuncisão exterior devia ser um símbolo da circuncisão do coração (Dt 10:16; 30:6; Jr 4:4; Rm 2:29). Ela representa o despojamento da confiança própria e, em lugar disso, a constante dependência de Deus.
Na época de Paulo, no entanto, a circuncisão havia se tornado um importante sinal da identidade nacional e religiosa, tendo perdido o significado para o qual havia sido planejada. Cerca de 150 anos antes do nascimento de Jesus, patriotas excessivamente zelosos não só forçaram todos os judeus não circuncidados na Palestina a ser circuncidados, mas também exigiram isso de todos os homens que viviam nas nações vizinhas incluídas em sua jurisdição. Alguns acreditavam que a circuncisão fosse o passaporte para a salvação. Isso pode ser visto em sátiras antigas que confiantemente declaravam coisas como: “Os homens circuncidados não descem ao Geena [inferno]” (C. E. B. Cranfield, A Critical and Exegetical Commentary on the Epistle to the Romans [Um Comentário Crítico e Exegético sobre a Epístola aos Romanos], Edinburgh: T. & T. Clark Ltda., 1975, p. 172).
Seria um erro supor que Paulo fosse contrário à circuncisão em si. O que Paulo contestava era a insistência para que os gentios se submetessem à circuncisão. Os falsos mestres diziam: “Se vocês não forem circuncidados conforme o costume ensinado por Moisés, não poderão ser salvos” (At 15:1, NVI). Portanto, a questão não era realmente sobre a circuncisão, mas sobre a salvação. Ou a salvação é pela fé unicamente em Cristo, ou é algo obtido pela obediência humana.


Fonte/Base: http://mais.cpb.com.br/licao/a-unidade-do-evangelho/

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