Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus; sou
exaltado entre as nações, sou exaltado na terra. Salmo 46:10, ARA
Frenético. Assim é o ritmo
da vida moderna. Sem pausas nem interrupções. A todo momento, é preciso estar
fazendo alguma coisa - ou melhor, muitas ao mesmo tempo. Invenções
tecnológicas permitem que as pessoas façam tudo mais rápido. Enquanto isso,
essa mesma tecnologia aprisiona e se torna um dos maiores tomadores de tempo. A
internet presente em computadores, tablets e celulares consome todo esse tempo
economizado e muito mais.
Comprar os alimentos,
lavar, descascar e prepará-los? Para que "perder" todo esse tempo?
Para isso existe fast-food, comida rápida, instantânea, que
podemos pegar e comer dentro do carro mesmo ou descongelar no micro-ondas.
Assim, trocamos os nutrientes ricos do alimento puro e passamos a nos contentar
com comida processada, artificial, prejudicial à saúde, só para que a vida seja
mais rápida. Até nos enganamos e passamos a achar mais gostoso o que faz mal.
Nosso paladar foi afetado pela pressa.
Até a infância precisa ser
rápida. Ninguém parece mais ter tempo para ser criança. Há escolas em período
integral desde o berçário, ensino bilíngue e alfabetização o mais cedo possível
para dar "vantagem competitiva" no mercado de trabalho a meninos e
meninas de dois, três anos de idade. Inventar brinquedos e brincadeiras, ficar
olhando para o nada imaginando histórias na cabeça - é como se essas coisas
pertencessem ao passado, e as crianças agora não soubessem mais se divertir
sozinhas, precisando o tempo todo de estímulos, monitores e instruções para
poder brincar. A infância vai embora em ritmo incessante.
Contra essa forte maré de
rapidez, têm surgido movimentos que valorizam o devagar, em inglês, slow. Em
vez de fast-food, slow-food, ou seja, comida preparada com
carinho desde o início pela família. Em vez do atropelo para as crianças saberem
cada vez mais em menos tempo, slow-kids, um incentivo para que
as crianças tenham tempo de aproveitar a época única que é a infância, sem se
preocupar com aquilo que deveria fazer parte da vida delas apenas na idade
adulta.
Além de slow-food e slow-kids, eu
proponho mais um movimento: slow-religion. Precisamos fazer o
que propõe o versículo para reflexão de hoje: parar, nos aquietar e ter a
tranquilidade de que Deus agirá em nós. Em vez de esperar bênçãos e milagres
imediatos, viver na calma certeza de que Deus faz tudo em seu devido tempo. E,
sem pressa, deixar que o Senhor fale a nosso coração a cada dia.
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