"Passados não muitos dias, o filho mais moço,
ajuntando tudo o que era seu, partiu para uma terra distante." Lucas 15:13.
A terceira história de Lucas 15, a parábola do filho pródigo, é a mais longa,
mais conhecida, mais amada e mais citada das parábolas de Jesus. Mas,
infelizmente, é pouco entendida. Ela representa a pincelada magistral no quadro
que Jesus pinta de Deus. "Certo homem tinha dois filhos" (v. 11), Ele
iniciou Sua história. "O mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte
dos bens que me cabe" (Lc 15:12). Tal pedido implica um desejo de morte,
uma vez que na cultura oriental apenas com a morte do pai a herança estaria
disponível. Em alguns dias, o filho transformou tudo em dinheiro e partiu. Isso
significa que ele não pretendia voltar.
O pai poderia ter obrigado o filho a
ficar. Mas isso adiantaria? O rapaz já estava emocionalmente distante. Esse é o
ponto vulnerável do amor: ele pode ser rejeitado. O rapaz estava decidido a
buscar a felicidade longe. A tragédia é que frequentemente buscamos a
felicidade em lugares em que ela não pode ser encontrada. Nas buscas erradas da
vida, já estamos permitindo que os fios dos ventos comecem a tecer a capa de
nossos maiores desacertos.
Para onde a fantasia do moço o levou?
Segundo Jesus, ao "país distante". Onde fica tal país?
Geograficamente, o "país distante" ficava entre os gentios,
caracterizado pelos valores e moralidade pagãos. Espiritualmente, "o país
distante" é a inconsciência de Deus. Viver como se Ele não existisse.
O jovem da história de Jesus fez da
vida um carnaval. Viveu dias alegres e noites deslumbrantes, mas tinha um
encontro marcado com o desastre. Gradualmente ele desceu ao seu inferno. As
amizades duraram enquanto durou o dinheiro. Note a sequência: ele perdeu todo o
dinheiro, começou a passar necessidade e ninguém lhe dava nada
(Lc 15:14-16). Sua aparência radiante de príncipe tornou-se imersa em
depressão e tristeza. Suas roupas custosas se converteram em trapos. As leis,
os conselhos e a sabedoria desprezados tornam-se anjos vingadores. A história
desse filho é nossa biografia. Todos nos desviamos como ovelhas desgarradas. Em
nossa cegueira e rebelião, tentamos criar paraísos precários: felicidade
baseada em idolatrias, prazeres e aquisições, para descobrir o sabor amargo do
desencanto. Porque, afinal, o país distante nunca poderá ser nosso lar!
Fonte:
http://cpbmais.cpb.com.br/htdocs/periodicos/medmat/2014/frmd2014.html
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