Um
fato interessante ocorreu enquanto Guilherme Miller, pregador batista, pregava
sobre a segunda vinda de Jesus; em quase todos os quadrantes do mundo e na
mesma época, surgiram pregadores com o mesmo entusiasmo e dedicação levando a
mensagem de que Jesus Cristo estava voltando, sem nunca terem tido contato
antes entre si. Porém, nas Américas, Miller foi o mais veemente arauto desta
mensagem, e esta ganhou tamanha repercussão que em 1840 seu ministério ficou
conhecido como milerismo.
Os
fervorosos pregadores da volta de Cristo em 1844 eram quase de todas as
denominações existentes, não havendo, todavia, naquela época a Igreja
Adventista do Sétimo Dia (que somente se formou oficialmente, 19 anos após o
“grande desapontamento” de 1844).
Inicialmente,
com Himes e outros pregadores que aceitaram que Cristo voltaria naquela década,
Miller começou a divulgar a mensagem. Tratados e folhetos foram distribuídos. O
movimento de Miller adotou o tipo metodista de reuniões campais, a primeira das
quais teve lugar em Boston, em maio de 1842. O movimento continuou atraindo
milhares. A mensagem original incluía um elemento de tempo, sem apresentar uma
data específica, mas posteriormente determinou que Jesus em 1843 voltaria à
terra. Como tal fato não ocorreu, revisaram seus cálculos e, fixaram que em 22
de outubro de 1844 ocorreria o tão grande e aguardado advento de Jesus. No
entanto, ficaram desapontados, pois Cristo não voltou como esperavam. E Miller,
após aquele “amargo dia” (ver
Apocalipse 10:10), escreveu: “Passou. E no dia
seguinte parecia que todos os demônios do abismo foram soltos. As mesmas
pessoas e muitas mais que estavam clamando
por misericórdia dois dias antes,
misturavam-se agora com a ralé, caçoando e ameaçando com blasfêmias.”
Relatos
e testemunhos históricos desconhecem datas além dessas propostas por eles e,
apesar do forte golpe sofrido, Miller nunca hesitou em sua crença na breve
volta de Cristo. Em 10 de novembro de 1844 ele escreveu para Himes: “Fixei
minha mente sobre outro tempo, e aqui pretendo permanecer até que Deus me dê
mais luz – E isto é Hoje, ‘Hoje e Hoje’ até que Ele venha”. Miller continuou a
pregar e a encorajar outros com a esperança cristã, embora tivesse de lutar com
mais adversários e críticos.
Posteriormente
àqueles dias, Miller escreveu: “A visão está ainda para cumprir-se no tempo
determinado. (…) se tardar, espera-o porquê certamente virá Habacuque 2:3”.
Esta foi sua posição sobre a segunda vinda de Cristo até sua morte aos 67 anos,
em 20 de dezembro de 1849. As idéias proféticas sobre Daniel 8:14 proveniente
de Miller, e sobre a volta de Jesus podem ser melhor compreendidas no contexto de
um amplo movimento religioso que surgiu ao mesmo tempo na Europa e nas Américas
durante o início do século XIX.
Apesar
de ter sido um notável pregador e conhecedor das profecias e, de sua importante
contribuição nos antecedentes históricos do adventismo, Miller jamais se tornou
um membro da Igreja Adventista do Sétimo Dia, pois rejeitava as doutrinas
básicas da mesma como: o santuário celestial, a mortalidade da alma e a
validade integral da Lei de Deus, ou seja, neste último caso ele não aceitava o
quarto mandamento.
Com
o encerramento do reavivamento milerita muitos dos ensinos relacionados as
profecias de Daniel 8:14 e ao segundo advento de Jesus, daquele
valoroso grupo, foram absorvidos pela Igreja Adventista do Sétimo Dia que
surgiu oficialmente em 1863, igreja esta que continua a pregar a iminente volta
de Jesus Apocalipse 10:11 sem fixar uma data específica; o que na realidade
nunca fez ou pretendeu fazer. Ellen G. White, uma das pioneiras da Igreja
Adventista do Sétimo Dia, igualmente, nunca determinou o tempo em que Jesus
Cristo voltaria.
Com
relação aos cálculos que levaram ao dia de 22 de outubro de 1844, Miller estava
correto, porém, se equivocara com o evento ou acontecimento vinculados a eles.
Fonte/Base:IASDonline
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