Ah, o avanço gradual do ódio. Seus efeitos noviços começam como a
trinca no para-brisa de meu carro. Por culpa de um caminhão em alta
velocidade numa estrada de pedregulhos, o vidro trincou. Logo depois, a
trinca transformou-se em rachadura, e a rachadura transformou-se em
linhas sinuosas. Em pouco tempo, o para-brisas transformou-se numa teia
de aranha de fragmentos. Eu não conseguia dirigir o carro sem pensar
naquele idiota apressadinho. Apesar de não o ter visto, podia
descrevê-lo. Um vagabundo qualquer que encana a mulher, dirige o
caminhão com uma caixa de cerveja no assento ao lado e mantém o volume
da televisão tão alto que os vizinhos não conseguem dormir. Seu descuido
bloqueou minha visão. (E também prejudicou minha visibilidade além do
para-brisa.)
Você já ouviu a expressão “cego de raiva”?
Quero ser muito claro. O ódio embaça sua visão e sobrecarrega suas
costas. A carga do rancor é simplesmente pesada demais. Os joelhos
dobram-se com o esforço, e o coração parte-se com o peso. A montanha
diante de você já é íngreme demais sem a carga do ódio em suas costas. A
escolha mais sábia – a única escolha – é desvencilhar-se da raiva. Você
nunca será chamado a oferecer uma dose maior de graça a alguém do que
aquela que Deus já lhe concedeu.
(Escrito por Max Lucado, “Nas garras da Graça”)
Blog do Amilton Menezes
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