Um menino tinha uma cicatriz no rosto. Os alunos do seu colégio não
falavam com ele e nem se assentavam ao seu lado devido àquela cicatriz
que achavam muito feia. Alguns até queriam que ele não freqüentasse mais
o colégio ou quando muito, se assentasse no último banco da sala. Ele
ficou sabendo e concordou, embora pesarosamente. Antes, porém, pediu ao
professor para lhes contar a história daquela cicatriz. Após o intervalo
o menino foi para frente e começou a relatar:
- Sabe, turma, na realidade esta cicatriz é muito feia, mas o motivo foi
o seguinte. Eu tinha por volta de 7 a 8 anos. Minha mãe era muito pobre
e para ajudar na nossa alimentação, passava roupa para fora. Além de
mim, havia mais três irmãozinhos, um de 4 anos, outro de 2 anos e uma
irmãzinha com apenas alguns dias de vida.
Um dia nossa casa, feita de madeira, começou a pegar fogo. Minha mãe
correu até o quarto em que estávamos, pegou meu irmãozinho de 2 anos no
colo, eu e meu outro irmão pelas mãos e nos levou para fora. Havia muita
fumaça, as paredes pegaram fogo e estava muito quente....
Minha mãe colocou-me sentado no chão e disse-me para ficar com eles até
ela voltar, pois ia buscar a caçulinha que continuava lá dentro da casa
em chamas. Só que quando minha mãe tentou entrar na casa, as pessoas que
estavam ali, não a deixaram, mas ela gritava: "Minha filhinha está lá
dentro!" Vi no seu rosto o desespero, mas aquelas pessoas não queriam
deixar de jeito nenhum...
Foi aí que decidi. Coloquei meu irmão de 2 anos no colo do meu
irmãozinho de 4 anos e disse-lhe que não saísse dali até eu voltar..
Entrei disfarçadamente, sem ser notado. Havia muita fumaça, estava muito
quente, mas eu tinha que pegar minha irmãzinha. Quando cheguei no
quarto, ela estava enrolada num lençol e chorava muito... Neste momento
vi caindo do teto alguma coisa quente. Joguei-me na frente dela para
proteger a menina, e aquela coisa quente queimou meu rosto... Muitos
alunos choravam. Daí por diante a classe mudou seu modo de tratar o
menino da cicatriz. EVITE JULGAR AS PESSOAS, principalmente se você não sabe a VERDADE sobre os fatos.
Autor desconhecido
Colaboração: Carlos E. Della Justina
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