sexta-feira, 16 de novembro de 2012

O SACO DE CARVÃO

Um dia Jaime entrou em casa todo transtornado pelas ofensas recebidas de um colega.
- Se pudesse, eu o mataria – disse ao pai.
Enquanto ele se desabafava raivosamente, o pai o levou até o quintal onde havia uma camisa branca secando ao sol. Pegando um saco de carvão que guardava para um churrasco, disse ao menino:
- Você está vendo aquela camisa branca no varal? Imagine que ela é o Pedrinho que ofendeu você, e que cada carvão neste saco é um mau desejo que você atira nele. Quero que atire na camisa todos os carvões deste saco. Depois voltarei para ver como ficou.
O menino começou a atirar os carvões como se fosse um brinquedo. Mas como o varal estava longe, poucos acertaram na camisa. Após uma hora o pai voltou e perguntou:
- Filho, como você se sente?
- Cansado mas acertei alguns carvões na camisa.
- Agora venha comigo até meu quarto, e coloque-se diante daquele espelho grande que pega o corpo inteiro.
Assim ele fez. Viu-se todo todo preto por causa do pó do carvão , e só se viam os dentes e os olhos. Então o pai lhe disse:
- A camisa estendida no varal, representa o menino com quem você brigou. Os carvões que você jogou, sujaram a camisa, mas pouco. Você ficou muito mais sujo. Quem reage às ofensas, perde mais do que ganha. Perdoem-se mutuamente e tudo se torna limpo. O mal que desejamos aos outros, retorna para nós e se multiplica em nós: A gente sofre mais, suja-se mais, perde amigos, perde o sono, entristece o bom Deus.

Autor desconhecido
Colaboração: Carlos E. Della Justina

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