quarta-feira, 6 de agosto de 2014

DE ESCRAVO A IRMÃO

"Solicito-te em favor de meu filho Onésimo, que gerei entre algemas. [...] E, se algum dano te fez ou se te deve alguma coisa, lança tudo em minha conta." Filemom 10, 18


Filemom era um próspero cristão em Colossos, na Ásia Menor. Um de seus escravos, Onésimo, fugira. Sob a lei romana, os donos de escravos tinham sobre eles direito de vida e morte. Os escravos não poderiam apelar por justiça para magistrados civis. Para escravos fugitivos não havia nenhum lugar de refúgio. Se pegos, eles eram punidos com a morte. Às vezes, por crucifixão.
Com Filemom, Onésimo conhecera algo a respeito dos cristãos. Talvez conhecesse Paulo, amigo de seu senhor. Fugitivo em Roma, sem qualquer ajuda, Onésimo buscou os cristãos, cuja caridade já testemunhara. Nesse momento, ele se encontra com Paulo, o grande missionário, que estava aprisionado. O fugitivo é convertido pelo apóstolo. Uma situação nova é criada: como escravo pagão, ele poderia escapar de seu senhor, mas poderia o cristão Onésimo permanecer fugitivo? Não sabemos que conversas ele teria tido com Paulo, se ele voluntariamente resolveu voltar ou se o apóstolo o teria persuadido a fazê-lo. O que sabemos é que Onésimo retornou.
A Epístola a Filemom é a carta de Paulo enviada com o escravo, apelando que seu senhor o receba, não mais como escravo, antes “como irmão amado” (v. 16). Se Onésimo havia causado algum dano, o apóstolo pede que isso seja colocado em sua conta (v. 18). Tal atitude reflete o glorioso esplendor da graça de Cristo a quem nossa dívida foi imputada.
Aqui se aplicam as palavras de Paulo em Gálatas, segundo as quais, em Cristo, “não há [...] escravo nem livre [...]; pois todos são um” (Gl 3:28, NVI).
Se o cristianismo não pôde externamente destruir a escravidão no mundo romano, ele radicalmente a subverteu, destruindo sua base. Os cristãos são uma nova criação e têm uma posição igual, sendo todos de igual origem. Eles são um em Cristo. À luz dessa verdade, todas as diferenças anteriores são eliminadas. O cristianismo gera uma revolução que opera de dentro para fora. Não muda a condição externa da vida para mudar o ser humano, mas muda o ser humano para mudar as condições externas. Que poder seria capaz de transformar um senhor romano e um escravo em irmãos, com direitos e responsabilidades iguais? Conhecemos apenas um: Jesus Cristo. Onde cristãos não se comportam entre si como irmãos e irmãs, o cristianismo deles é apenas uma farsa.

    Fonte:http://cpbmais.cpb.com.br/htdocs/periodicos/medmat/2014/frmd2014.html

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