"E vos
revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes
da verdade." Efésios 4:24
Karl Marx referia-se ao "novo homem" que deveria emergir do triunfo da ideologia comunista. Isso aconteceria depois do triunfo histórico dos oprimidos sobre os opressores. A criação do novo homem, para Marx, era vista puramente em termos materialistas. O "novo homem e a nova sociedade" seriam possíveis apenas pela derrota do capitalismo. Os meios de produção como fábricas e terras, por exemplo, não deveriam ser propriedade de uma pessoa, mas de toda a sociedade. No marxismo, para se chegar ao "novo homem", é imperativo que se transformem primeiro as condições externas dos oprimidos.
A história, contudo, não está do lado
da visão marxista do homem. Em cada lugar em que sua revolução foi vitoriosa,
quer na Rússia, na China ou em Cuba, o que se verificou não foi o surgimento do
"novo homem", mas o surgimento do "novo opressor".
Qual o problema do marxismo? Ele é
vítima de uma visão superficial do homem, não levando em conta a doutrina
bíblica do pecado. O conceito cristão do "novo homem" repousa na
compreensão paulina do homem, como escravizado pelo pecado e feito livre por
meio da obra redentora de Cristo. A autoemancipação do marxismo falha porque
espera, ao mesmo tempo, muito e muito pouco: muito do homem, que
consistentemente transforma sua capacidade criativa em fins destrutivos; e
muito pouco ou nada de Deus, o qual vem de além da esfera do homem para
oferecer nova direção e possibilidades.
Desde seu início, o cristianismo opera
uma revolução isenta de utopias, que começa no interior e alcança o exterior. O
Novo Testamento faz referências a escravos, sem encorajar demandas de classe e
revolução. Dos senhores, não é exigido que libertassem seus servos. Contudo,
encontramos um denominador comum extraordinário: "Porque o que é chamado
pelo Senhor, sendo servo, é liberto do Senhor; e, da mesma maneira, também o
que é chamado, sendo livre, servo é de Cristo" (1Co 7:22, ARC). O sentido
essencial desta verdade teve profundo efeito prático na vida dos cristãos.
Na conversão, recebemos uma nova
identidade que se coloca acima de todas as outras. Assim, antes de sermos
brancos ou negros, ricos ou pobres, educados ou sem estudo, somos novas
criaturas em Jesus Cristo, e isso passa a ser a nossa orientação primária, mais
importante que todas as outras identificações, e nos consideramos irmãos.
Fonte: https://www.cpb.com.br/htdocs/periodicos/medmat/2014/frmd2014.html
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